Título Qualquer Serve
Aliencake
Foi numa tarde de sábado, de encontros, reencontros e desencontros, de estreia literária e café, tudo prolongado em noite, jantar e mais café, ficando no entanto curto o tempo. De súbito, aparece-me pela frente um bolo com a minha cara. Um bolo com rosto de Alien. Olhei-o uma e outra vez, e só não me belisquei porque dói um bocado, convenhamos. Mesmo a aliens. As pessoas cantavam os parabéns e batiam palmas, eu ouvia e agradecia, mas mal tirava os olhos do bolo. Fizeram-me pegar nele com uma mão, perante a apreensão de alguns circunstantes, e conduzi-lo, ou deixar que me conduzisse, à mesa improvisada. Vivendo desde sempre em terrível dúvida sobre a minha origem e condição, houve um instante luminoso em que tudo se revelou. "Sou um bolo, afinal sou um bolo!" - exclamei para mim mesmo, entre alguma perplexidade e o alívio de uma certeza há muito tempo aguardada. Foi sol de pouca dura. Lá tive que partir o bolo. Lá tive que me cortar à faca em fatias que rapidamente desapareceram. Ao que parece, estava bom, eu. O facto é que, apesar disso, ainda estou vivo. Não serei, então, um bolo? Serei apenas a recordação dele? Felizmente, a fotógrafa estava lá. Serei assim talvez a fotografia de um bolo. Há piores destinos. Há piores fins de tarde-noite de sábados de lançamentos de livros, encontros, reencontros, desencontros, jantares, cafés, aniversários e ainda mais. Muito, muito piores, garanto-vos.
21 de dez. de 2011
20 de dez. de 2011
Aqui fica um vídeo da sessão de lançamento do meu livro de poesia "O Despertar dos Verbos". Espero que vos dê uma ideia do que se passou e da forma como correu. Depois colocarei algumas fotos.
Para quem quiser adquirir o livro: De momento aguardo o envio, por parte da editora (Edium Editores) de mais livros para venda directa (com dedicatória). Em breve será também colocado à venda nos postos de venda da editora (online, incluindo o próprio site da Edium, e livrarias).
5 de dez. de 2011
6 de jul. de 2011
Preciso ser um outro
para ser eu mesmo
Sou grão de rocha
Sou o vento que a desgasta
Sou pólen sem insecto
Sou areia sustentando
o sexo das árvores
Existo onde me desconheço
aguardando pelo meu passado
ansiando a esperança do futuro
No mundo que combato morro
no mundo por que luto nasço
Mia Couto, in "Raiz de Orvalho e Outros Poemas"
30 de abr. de 2011
Primeiro de Maio
O Primeiro de Maio. Hoje, como em 1974, no Porto como em qualquer outra cidade.
Hoje mais do que nunca, em Portugal.
Giestas, maias, maios, a festa do povo e da vida.
Cada vez mais longínqua, cada vez mais necessária...
Para que o Dia da Mãe faça sentido.
Para todas as Mães.