Aliencake

Foi numa tarde de sábado, de encontros, reencontros e desencontros, de estreia literária e café, tudo prolongado em noite, jantar e mais café, ficando no entanto curto o tempo. De súbito, aparece-me pela frente um bolo com a minha cara. Um bolo com rosto de Alien. Olhei-o uma e outra vez, e só não me belisquei porque dói um bocado, convenhamos. Mesmo a aliens. As pessoas cantavam os parabéns e batiam palmas, eu ouvia e agradecia, mas mal tirava os olhos do bolo. Fizeram-me pegar nele com uma mão, perante a apreensão de alguns circunstantes, e conduzi-lo, ou deixar que me conduzisse, à mesa improvisada. Vivendo desde sempre em terrível dúvida sobre a minha origem e condição, houve um instante luminoso em que tudo se revelou. "Sou um bolo, afinal sou um bolo!" - exclamei para mim mesmo, entre alguma perplexidade e o alívio de uma certeza há muito tempo aguardada. Foi sol de pouca dura. Lá tive que partir o bolo. Lá tive que me cortar à faca em fatias que rapidamente desapareceram. Ao que parece, estava bom, eu. O facto é que, apesar disso, ainda estou vivo. Não serei, então, um bolo? Serei apenas a recordação dele? Felizmente, a fotógrafa estava lá. Serei assim talvez a fotografia de um bolo. Há piores destinos. Há piores fins de tarde-noite de sábados de lançamentos de livros, encontros, reencontros, desencontros, jantares, cafés, aniversários e ainda mais. Muito, muito piores, garanto-vos.

11 de fev. de 2010

11.02.2006 - 11.02.2010

Parece-me impossível, mas já lá vão quatro anos desde que comecei este "Título". Não foi o meu primeiro blog, mas pegou de estaca. A verdade é que ainda por aqui estou, e sem pensar em fechar a botica, respeitando a legenda da imagem do post anterior.

Esta é a "efeméride" a que aludi no dito post.  Agradeço a todos os que me têm acompanhado, lido, comentado, tornado este blog numa casa onde o humor, a conversa e os bons petiscos andam a par com outras coisas sérias, e espero continuar a contar com a vossa indispensável presença, sem a qual este blog etc. e tal, já sabem como é...


Conforme prometido, e porque uma boa mesa é sempre um excelente meio de comemoração e convívio, celebrarei a data com, adivinharam, uma receita. A que a Lola ofereceu como sugestão de acompanhamento ao último prato de legumes e que, creio eu, vale por si mesma, com ou sem os ditos, consoante as preferências. Sem mais delongas, vamos ao que interessa:


Tornedó com molho de pimenta e etc... (Tournedos para os francófilos)


 Esta imagem não corresponde à receita, porque mostra os famosos Tournedos Rossini. Famosos até agora, claro :)


Ingredientes:

30 g de pimenta grossa, também pode ser pimenta verde fresca
100 ml de cognac/ whisky
300 ml de caldo de carne
100 ml de natas
4 tornedós com cerca de 130 g cada
Preparação:

Coloque numa panela a pimenta grossa e deixe aquecer cerca de 1 minuto a lume brando sem deixar queimar. Partir aos pedaços a pimenta.

Acrescente o cognac à pimenta e deixe ferver entre 1 a 2 minutos até evaporar. Incorpore o caldo de carne e deixe ferver durante 5 minutos aproximadamente até o líquido reduzir para um quarto.

Acrescente as natas e deixe reduzir o molho (lume forte) até ficar espesso e cobrir as costas de uma colher. Colocar sal e pimenta q.b.. Durante a preparação do molho, grelhar os tornedós.



Estamos, pois, servidos. Bom apetite! Como sempre, agradeço sugestões para acompanhamento (além dos tais legumes gratinados), vinho, sobremesa... o que vos parecer.








Assim começou o "Título Qualquer Serve" (Podem ver Aqui o primeiro post.)
Um mês depois, expliquei assim o título do "Título"
Este blog chama-se, talvez provisoriamente, Título Qualquer Serve. Por causa de Irene Lisboa, uma escritora infelizmente pouco falada - ou menos do que merece, creio. "Título qualquer serve para novelas e noveletas" - eis a obra a que roubei o actual título do blog. (...)
Provisoriamente? Parece que não... :)



Já apareceram sugestões, e começo a incluí-las, antes que seja tarde. Obrigado!

Da Lizzie: (identificada a verde, "et pour cause":) : Um anglófilo doce de gengibre e um hispânico churro recheado de creme de puro cacau e rum.Ou roscón de reyes.

Da Justine: champanhe (francês, suponho, para moer o juízo à anterior contribuinte:)

Da Arabica:
"Eu trago o café. :)
Com ou sem cafeína. :)
Chávenas cheias ou à "italiana".
Não importa, trago café. :)" 



Da Lola : "Vou pensar na sobremesa". (Já é um começo... não esquecendo que foi ela quem ofereceu a receita do tornedó:)