Aliencake
Foi numa tarde de sábado, de encontros, reencontros e desencontros, de estreia literária e café, tudo prolongado em noite, jantar e mais café, ficando no entanto curto o tempo. De súbito, aparece-me pela frente um bolo com a minha cara. Um bolo com rosto de Alien. Olhei-o uma e outra vez, e só não me belisquei porque dói um bocado, convenhamos. Mesmo a aliens. As pessoas cantavam os parabéns e batiam palmas, eu ouvia e agradecia, mas mal tirava os olhos do bolo. Fizeram-me pegar nele com uma mão, perante a apreensão de alguns circunstantes, e conduzi-lo, ou deixar que me conduzisse, à mesa improvisada. Vivendo desde sempre em terrível dúvida sobre a minha origem e condição, houve um instante luminoso em que tudo se revelou. "Sou um bolo, afinal sou um bolo!" - exclamei para mim mesmo, entre alguma perplexidade e o alívio de uma certeza há muito tempo aguardada. Foi sol de pouca dura. Lá tive que partir o bolo. Lá tive que me cortar à faca em fatias que rapidamente desapareceram. Ao que parece, estava bom, eu. O facto é que, apesar disso, ainda estou vivo. Não serei, então, um bolo? Serei apenas a recordação dele? Felizmente, a fotógrafa estava lá. Serei assim talvez a fotografia de um bolo. Há piores destinos. Há piores fins de tarde-noite de sábados de lançamentos de livros, encontros, reencontros, desencontros, jantares, cafés, aniversários e ainda mais. Muito, muito piores, garanto-vos.
14 de abr. de 2006
Acerca do samba de breque
"Derivado do picote rítmico do samba choro, o samba de breque foi popularizado pelo cantor (Antonio) Moreira da Silva, um carioca da Tijuca nascido em 1902, num episódio que se tornou lendário."
O Rei do Gatilho, por Moreira da Silva, actualmente a passar aqui no blog, é um bom exemplo desta forma do samba. Moreira da Silva não foi o seu criador, mas contribuiu decisivamente para que o samba de breque se tornasse conhecido, e acrescentou-lhe uma veia cómica irresistível.
Ver mais aqui.
13 de abr. de 2006
Política, isto? No lo credo....
Ninguém ignora que o problema existe. Mas não é disso que aqui se trata. O que eu gostaria de perguntar é se Portugal não tem relações diplomáticas e comerciais com Angola.
Pois tem.
Se Portugal não integra com Angola a CPLP, que funciona há dez anos.
Pois integra.
Se Portugal não tem relações diplomáticas e comerciais com muitos outros países onde também os direitos humanos são letra morta.
Pois é verdade.
Se os partidos da Oposição que agora criticaram Sócrates cortaram relações diplomáticas com Angola quando eram Governo.
Pois não cortaram.
Se repreenderam oficialmente Angola por causa do desrespeito pelos direitos humanos.
Pois não repreenderam.
Se, durante a visita oficial de Durão Barroso a Angola, em Outubro de 2003, com o objectivo de resolver o problema das dívidas a empresas portuguesas, o então Primeiro-Ministro deu um puxão de orelhas ao Engº. José Eduardo dos Santos por causa dos direitos humanos.
Pois não deu.
Se há ou não há urgência em abrir Angola ao investimento português e criar parcerias com empresas angolanas, antes que a propalada vantagem da língua seja completamente ultrapassada pela vantagem dos que chegaram primeiro e souberam fazer as coisas.
Pois há.
Mas aos partidos da Oposição que lançaram as críticas, AGORA, só interessa ver o problema dos direitos humanos e a obrigação que o Engº. Sócrates teria de ir a Angola, dar uma coça ao Engº. Santos e voltar alegremente, com a satisfação do dever cumprido. Nem sequer parecem saber que há formas discretas, e nem por isso menos eficazes, de abordar o problema. Parece que nunca fizeram visitas oficiais e deram "recados". Mas sabem, e fizeram...
Então, porquê...?
Porque são Oposição e, por isso, têm por dever de ofício criticar o Governo. E porque, se da viagem advierem alguns resultados positivos para os investidores e a economia portuguesa, não foram eles que os conseguiram.
Ora, o Governo de Sócrates tem muito por onde ser criticado. Muito mesmo. Não havia, portanto, necessidade de fazer, uma vez mais, da política um palco de hipocrisia, de demagogia e de oportunismo. Mas isso parece ser um hábito neste país, uma prática cada vez mais enraízada.
Não me interpretem mal: acredito que, se os tais partidos da Oposição fossem Governo, e o partido do Governo fosse Oposição, as coisas se passariam tal e qual.
E depois não querem que as pessoas não acreditem na política, nos políticos, nas instituições políticas e na democracia.
Que as pessoas se fartem e se afastem, enojadas.
Que é o que, não tarda muito, lhes resta fazer. Às que ainda o não fizeram.
11 de abr. de 2006
Das pizzas e das francesinhas
Passemos às francesinhas, por indicação da maloud....
Esta não parece má. No entanto, dizem que a clássica leva dois ovos estrelados em cima. Aqui está ela também.
E porque não rematar a refeição com uma inovadora pizza banana split, que poderá agradar a outros clientes?
Bom apetite. Ah, por favor não se lembrem de fazer mais pedidos, que aqui o restaurante fechou, excepto para algumas... hmmm... excepções :)
Uma pizza para a Cristina
Já que gostas de pizza, não seja por isso, faz o favor de te servires, e sê feliz :)
Gostas desta marca? Eu não conhecia lolololol.
9 de abr. de 2006
A insustentável falta de pachorra num domingo como outro qualquer
Tenho uma série de ideias para posts, lá isso tenho. Mais do que ideias, até. Estão quase feitos, na minha cabeça ou coisa assim. Mas não me apetece publicá-los. Estou sem pachorra. Há dias assim. Por isso, limito-me a desejar a todos uma boa semana, e aproveito para dar os parabéns aos adeptos do FCP, que ganhou o jogo com o Sporting, e quase com certeza o campeonato.