Aliencake

Foi numa tarde de sábado, de encontros, reencontros e desencontros, de estreia literária e café, tudo prolongado em noite, jantar e mais café, ficando no entanto curto o tempo. De súbito, aparece-me pela frente um bolo com a minha cara. Um bolo com rosto de Alien. Olhei-o uma e outra vez, e só não me belisquei porque dói um bocado, convenhamos. Mesmo a aliens. As pessoas cantavam os parabéns e batiam palmas, eu ouvia e agradecia, mas mal tirava os olhos do bolo. Fizeram-me pegar nele com uma mão, perante a apreensão de alguns circunstantes, e conduzi-lo, ou deixar que me conduzisse, à mesa improvisada. Vivendo desde sempre em terrível dúvida sobre a minha origem e condição, houve um instante luminoso em que tudo se revelou. "Sou um bolo, afinal sou um bolo!" - exclamei para mim mesmo, entre alguma perplexidade e o alívio de uma certeza há muito tempo aguardada. Foi sol de pouca dura. Lá tive que partir o bolo. Lá tive que me cortar à faca em fatias que rapidamente desapareceram. Ao que parece, estava bom, eu. O facto é que, apesar disso, ainda estou vivo. Não serei, então, um bolo? Serei apenas a recordação dele? Felizmente, a fotógrafa estava lá. Serei assim talvez a fotografia de um bolo. Há piores destinos. Há piores fins de tarde-noite de sábados de lançamentos de livros, encontros, reencontros, desencontros, jantares, cafés, aniversários e ainda mais. Muito, muito piores, garanto-vos.

7 de jul. de 2007

Mais maravilhas

Em dia de escolha das novas sete maravilhas, não da blogosfera mas do mundo, constato que há muito por onde escolher. Se fossem os horrores, infelizmente também haveria, mas deixemo-nos disso. E os vencedores são... ora, já todos sabem quem foram, não é? Só para contrariar, e para ilustrar como as escolhas são difíceis, aqui está uma que não foi eleita:


Castelo de Neuschwanstein, em Schwangau, Alemanha



A Dulce Pontes compôs um hino interessante e aguentou-se bem à bronca com o José Carreras. Gostei de os ouvir.

No outro lado, o LiveEarth faz os possíveis para nos lembrar da Terra que queremos deixar "To our children's children's children", como referia o título de um velho (já!...) álbum dos Moody Blues.

Palavras e factos sobre Portugal, no programa das Sete Maravilhas, que nos recordam o muito que temos de bom. Sim, temos. E tanto para aproveitar, melhorar, corrigir, criar, e tão pouca vontade, tão poucas condições, tão pouco tempo... Há quem possa e não faça. Há quem queira e se veja entalado num quotidiano onde não sobra tempo para nada. Há quem consiga libertar-se, à custa de horas de descanso, e aja. São poucos, para tanto que há a realizar.

O mesmo posso dizer sobre a Terra que os nossos filhos, e não já os nossos bisnetos, encontrarão daqui a uns anos.



E mais não digo. Mudemos de onda, mas continuando a falar de maravilhas.

É tempo delas. Há quem goste, há quem deteste. Não vou dar-vos uma receita de sardinhas assadas, isso toda a gente sabe fazer! Optei por estas


SARDINHAS NO FORNO


Ingredientes para 4 pessoas:

* 8 sardinhas grandes
* 2 cebolas
* 2 dentes de alho
* 2 tomates maduros
* 1/2 dl de azeite
* 1/2 copo de vinho branco seco
* bastante salsa
* um pouco de pão ralado
* umas gotas de vinagre
* 1 colher de sopa de ervas finas
* um pouco de pimentão doce
* 1 limão

Preparação:

1. Limpar as sardinhas, tirando-lhes ou não as cabeças, conforme se preferir. Temperá-las levemente com sal e pimenta e regá-las com limão.
2. Pelar os tomates, extraír-lhes as sementes e cortá-los em pedacinhos.
3. Descascar e picar as cebolas e os alhos; misturá-los com o tomate; juntar-lhes as ervas finas.
4. Cobrir com esta mistura o fundo de um prato de cerâmica ou vidro que possa ir ao forno; dispor por cima as sardinhas, sem que fiquem unidas.
5. Regar com o vinho e algumas gotas de vinagre.
6. Polvilhar com a salsa picada e o pão ralado; regar com o azeite.
7. Levar a forno suave durante cerca de 15 minutos, regando as sardinhas, de vez em quando, com o seu molho. Retirar quando a superfície estiver ligeiramente gratinada.

E está feito. Parece-vos bem? A mim, parece. Delicioso. Por isso,

BOM APETITE, ao som de Where Have All The Flowers Gone e de Pete Seeger.