". . .I would never undertake to be a `Prophet,' handing out neatly packaged answers to lazy minds. [. . .] anyone who takes that book as answers is cheating himself. It is an invitation to think - not to believe."
Aliencake
Foi numa tarde de sábado, de encontros, reencontros e desencontros, de estreia literária e café, tudo prolongado em noite, jantar e mais café, ficando no entanto curto o tempo. De súbito, aparece-me pela frente um bolo com a minha cara. Um bolo com rosto de Alien. Olhei-o uma e outra vez, e só não me belisquei porque dói um bocado, convenhamos. Mesmo a aliens. As pessoas cantavam os parabéns e batiam palmas, eu ouvia e agradecia, mas mal tirava os olhos do bolo. Fizeram-me pegar nele com uma mão, perante a apreensão de alguns circunstantes, e conduzi-lo, ou deixar que me conduzisse, à mesa improvisada. Vivendo desde sempre em terrível dúvida sobre a minha origem e condição, houve um instante luminoso em que tudo se revelou. "Sou um bolo, afinal sou um bolo!" - exclamei para mim mesmo, entre alguma perplexidade e o alívio de uma certeza há muito tempo aguardada. Foi sol de pouca dura. Lá tive que partir o bolo. Lá tive que me cortar à faca em fatias que rapidamente desapareceram. Ao que parece, estava bom, eu. O facto é que, apesar disso, ainda estou vivo. Não serei, então, um bolo? Serei apenas a recordação dele? Felizmente, a fotógrafa estava lá. Serei assim talvez a fotografia de um bolo. Há piores destinos. Há piores fins de tarde-noite de sábados de lançamentos de livros, encontros, reencontros, desencontros, jantares, cafés, aniversários e ainda mais. Muito, muito piores, garanto-vos.
20 de jan. de 2007
Stranger in a strange land
". . .I would never undertake to be a `Prophet,' handing out neatly packaged answers to lazy minds. [. . .] anyone who takes that book as answers is cheating himself. It is an invitation to think - not to believe."
15 de jan. de 2007
Receita da semana... de volta!
Como vinha sendo hábito, apresento apenas um prato principal, deixando aos meus ilustres comentadores o necessário espaço para a sugestão de vinhos, sobremesas, entradas, pratos alternativos, enfim, o que quiserem...
Vamos ao que interessa, neste caso...

(para 4 pessoas)
* 500 g de atum ou bonito fresco
* farinha
* 1 cebola
* 1 dl de azeite
* 1 copo de vinho
* 1 copo de caldo de peixe instantâneo (ou, melhor ainda, de caldo de peixe caseiro, se houver...)
* 1 colher de sopa de amêndoas tostadas picadas
Para a marinada:
* 1 limão, pimenta em grão
* 2 dentes de alho, 2 cebolas
* salsa, tomilho
* 1 folha de louro, sal
Preparação:
1. Preparar a marinada com 2 colheres de sopa de azeite, as cebolas e os alhos cortados em lâminas, o sumo de meio limão e os elementos aromáticos. Introduzir o atum cortado em pedaços e deixar macerar umas horas.
2. Escorrer o atum e reservar a marinada.
3. Aquecer o azeite restante, passar levemente o peixe por farinha e fritá-lo um pouco. Com 4 colheres de sopa deste azeite refogar, de preferência num prato de barro, a cebola cortada muito fina. Após 6 minutos, quando a cebola ficar transparente, juntar o atum, o líquido da marinada coado pelo passador e o vinho.
4. Cozer em lume brando cerca de 10 minutos. Verificar o tempero e rectificá-lo, se necessário. Polvilhar o guisado com a amêndoa picada e deixar cozer cerca de 10 minutos mais, vogiando para que não agarre. Terá que ficar com molho. Se, durante a cozedura, tiver absorvido demasiado líquido, juntar um pouco de caldo de peixe.
5. Servir na caçarola.
Este prato pode ser acompanhado com verduras levemente salteadas no azeite e cozidas depois com o peixe.
Bom apetite!