Aliencake

Foi numa tarde de sábado, de encontros, reencontros e desencontros, de estreia literária e café, tudo prolongado em noite, jantar e mais café, ficando no entanto curto o tempo. De súbito, aparece-me pela frente um bolo com a minha cara. Um bolo com rosto de Alien. Olhei-o uma e outra vez, e só não me belisquei porque dói um bocado, convenhamos. Mesmo a aliens. As pessoas cantavam os parabéns e batiam palmas, eu ouvia e agradecia, mas mal tirava os olhos do bolo. Fizeram-me pegar nele com uma mão, perante a apreensão de alguns circunstantes, e conduzi-lo, ou deixar que me conduzisse, à mesa improvisada. Vivendo desde sempre em terrível dúvida sobre a minha origem e condição, houve um instante luminoso em que tudo se revelou. "Sou um bolo, afinal sou um bolo!" - exclamei para mim mesmo, entre alguma perplexidade e o alívio de uma certeza há muito tempo aguardada. Foi sol de pouca dura. Lá tive que partir o bolo. Lá tive que me cortar à faca em fatias que rapidamente desapareceram. Ao que parece, estava bom, eu. O facto é que, apesar disso, ainda estou vivo. Não serei, então, um bolo? Serei apenas a recordação dele? Felizmente, a fotógrafa estava lá. Serei assim talvez a fotografia de um bolo. Há piores destinos. Há piores fins de tarde-noite de sábados de lançamentos de livros, encontros, reencontros, desencontros, jantares, cafés, aniversários e ainda mais. Muito, muito piores, garanto-vos.

20 de jan. de 2007

Stranger in a strange land

copiado deste site




(James B. Janknegt)


e sobre o livro de Robert Heinlein pode ler-se algo neste. Entretanto, antecipo isto:

". . .I would never undertake to be a `Prophet,' handing out neatly packaged answers to lazy minds. [. . .] anyone who takes that book as answers is cheating himself. It is an invitation to think - not to believe."

15 de jan. de 2007

Receita da semana... de volta!

Findas as festividades, vou reincidir na apresentação de algumas receitas, que, na verdade, não serão "da semana", mas de quando me apetecer ou de quando me enviarem sugestões ou mesmo receitas completas.

Como vinha sendo hábito, apresento apenas um prato principal, deixando aos meus ilustres comentadores o necessário espaço para a sugestão de vinhos, sobremesas, entradas, pratos alternativos, enfim, o que quiserem...

Vamos ao que interessa, neste caso...


ATUM GUISADO


(para 4 pessoas)

* 500 g de atum ou bonito fresco
* farinha
* 1 cebola
* 1 dl de azeite
* 1 copo de vinho
* 1 copo de caldo de peixe instantâneo (ou, melhor ainda, de caldo de peixe caseiro, se houver...)
* 1 colher de sopa de amêndoas tostadas picadas

Para a marinada:
* 1 limão, pimenta em grão
* 2 dentes de alho, 2 cebolas
* salsa, tomilho
* 1 folha de louro, sal

Preparação:
1. Preparar a marinada com 2 colheres de sopa de azeite, as cebolas e os alhos cortados em lâminas, o sumo de meio limão e os elementos aromáticos. Introduzir o atum cortado em pedaços e deixar macerar umas horas.

2. Escorrer o atum e reservar a marinada.

3. Aquecer o azeite restante, passar levemente o peixe por farinha e fritá-lo um pouco. Com 4 colheres de sopa deste azeite refogar, de preferência num prato de barro, a cebola cortada muito fina. Após 6 minutos, quando a cebola ficar transparente, juntar o atum, o líquido da marinada coado pelo passador e o vinho.

4. Cozer em lume brando cerca de 10 minutos. Verificar o tempero e rectificá-lo, se necessário. Polvilhar o guisado com a amêndoa picada e deixar cozer cerca de 10 minutos mais, vogiando para que não agarre. Terá que ficar com molho. Se, durante a cozedura, tiver absorvido demasiado líquido, juntar um pouco de caldo de peixe.

5. Servir na caçarola.


Este prato pode ser acompanhado com verduras levemente salteadas no azeite e cozidas depois com o peixe.


Bom apetite!