Aliencake

Foi numa tarde de sábado, de encontros, reencontros e desencontros, de estreia literária e café, tudo prolongado em noite, jantar e mais café, ficando no entanto curto o tempo. De súbito, aparece-me pela frente um bolo com a minha cara. Um bolo com rosto de Alien. Olhei-o uma e outra vez, e só não me belisquei porque dói um bocado, convenhamos. Mesmo a aliens. As pessoas cantavam os parabéns e batiam palmas, eu ouvia e agradecia, mas mal tirava os olhos do bolo. Fizeram-me pegar nele com uma mão, perante a apreensão de alguns circunstantes, e conduzi-lo, ou deixar que me conduzisse, à mesa improvisada. Vivendo desde sempre em terrível dúvida sobre a minha origem e condição, houve um instante luminoso em que tudo se revelou. "Sou um bolo, afinal sou um bolo!" - exclamei para mim mesmo, entre alguma perplexidade e o alívio de uma certeza há muito tempo aguardada. Foi sol de pouca dura. Lá tive que partir o bolo. Lá tive que me cortar à faca em fatias que rapidamente desapareceram. Ao que parece, estava bom, eu. O facto é que, apesar disso, ainda estou vivo. Não serei, então, um bolo? Serei apenas a recordação dele? Felizmente, a fotógrafa estava lá. Serei assim talvez a fotografia de um bolo. Há piores destinos. Há piores fins de tarde-noite de sábados de lançamentos de livros, encontros, reencontros, desencontros, jantares, cafés, aniversários e ainda mais. Muito, muito piores, garanto-vos.

17 de abr. de 2009

FRAGMENTOS: Cafés e afins por onde passei, convenientemente suspensos no tempo e no espaço para que possa visitá-los quando me apetecer.

Café, snack-bar e restaurante Mandarim & outros que vêm a propósito


- Ó pá, viste o Mário? – perguntava o Rogério.

- Qual Mário? - retorquia o Zé Manel.

- O das Cadeiras!

- Ah, esse! Saíu daqui há uma meia hora. Deve ter ido estudar.

- E que tal? Vamos lá desencaminhá-lo?


Geralmente, iam.



Passava-se esta cena no Café, Snack-Bar e Restaurante Mandarim, com alguma frequência e por razões diversas, a mais rara das quais não seria a procura de outro parceiro para a habitual sessão de póquer sintético. O Mário passara a ser “o das Cadeiras” porque, na época dos exames, declarava solenemente: “Vou fazer cinco cadeiras” (ou seis, ou as que fossem) - e fazia-as! Com o tempo, o Rogério tratou de lhe refinar a alcunha para “Marriô des Chaises”, em consonância com a influência político-filosófico-linguístico-cinematográfica dominante, e com mais algum tempo ficaria conhecido apenas por “Des Chaises”.


Estava então uma noite o Des Chaises não no Mandarim, mas no Et Coetera, uma espécie de boîte polivalente, quando viu o Dinis, encorajado por uns uísques precedidos de outras tantas cervejas, dirigir-se à Carlinha, calmamente sentada ao balcão, de copo na mão e completamente desprevenida, e declarar:


- Carlinha, da próxima vez que nos encontrarmos, vamos para a horizontal!


A Carlinha olhou-o nos óculos e sorriu. Não cinicamente, nem de forma sarcástica, nem com desprezo ou sequer ironia. Simplesmente, sorriu e, com aquele sorriso, apagou as intenções, as ideias, os sonhos e a enfática declaração do Dinis. Para todo o sempre.


Convém esclarecer que a Carlinha era uma sextanista de Medicina dotada de invulgar beleza e elegância, uma morenaça que, geralmente contra a sua vontade, despertava desejos e arrasava corações. O Dinis, gordito, óculos muito graduados, já tinha acabado a licenciatura, e nunca se lhe vira semelhante atrevimento, nem pouco mais ou menos. Mas a Carlinha, além da beleza, tinha uma qualidade que hoje raramente se encontra nas respostas àquelas perguntas que se fazem na televisão ou nas revistas, que qualidades prefere nos homens, ou nas mulheres, tanto faz, e lá vêm a inteligência (a Carlinha não teria muita, mas...), honestidade, lealdade, beleza, sinceridade, ambição e mais sei lá o quê, mas a bondade parece primar pela ausência. Dir-se-ia uma qualidade desvalorizada, esquecida, preterida. Seja pelo que for, quase nunca é mencionada. Ora a Carlinha era uma pessoa bondosa, e daí aquele sorriso eficaz dedicado às inusitadas pretensões do Dinis.


No Et Coetera, a música calava-se invariavelmente às quatro da manhã, logo depois de o disc-jockey passar o célebre “Vamos dormir” com que a RTP mandava a pequenada para a caminha por volta das nove da noite. Depois ficava-se por lá, a “acabar as bebidas”, e a conversa rendia até quando se quisesse. À saída, despedíamo-nos do porteiro, o Sr. Américo, homem de idade, afável e perfeitamente informado, ou não tivesse certa noite abordado muito discretamente o Zé Manel, que ia a saír:



- Olhe, Senhor Doutor, aquele seu amigo de barbas esqueceu cá ontem este livro, que por sinal é um livro “pribido”. Será que quer levá-lo para lho entregar, ou quer que eu o guarde bem guardado?


Chegávamos ao Et Coetera depois de uma passagem pelo Atenas e pela bica do jantar no já referido Mandarim, um café de dois andares onde se entrava descendo dois ou três degraus e se encontrava um enorme balcão de snack-bar, em L, e umas dez mesas onde raramente se jantava, já que pareciam estar destinadas a acolher os grupos que vinham tomar o café e, sendo caso disso, o digestivo. No snack almoçava-se mais do que se jantava. A ementa era quase sempre a mesma, os combinados da praxe, bife, prego no prato, bitoque, filetes de pescada, linguado “au meunier”, carne de porco à alentejana, jaquinzinhos em devido tempo, lulas à sevilhana, um cozido ou uma feijoada de vez em quando e, raramente, uma ou outra surpresa gastronómica. Vinhos razoáveis, preços médios e confecção satisfatória.


Subindo uma escada interior alcançava-se o primeiro andar, unicamente preenchido por mesas e respectivas cadeiras. Este nível do Mandarim tinha a interessante particularidade de servir clientelas e propósitos diferentes conforme a hora do dia ou da noite. De manhã, os comerciantes da Praça vinham ao pequeno-almoço, tal como os empregados dos estabelecimentos próximos, muito poucos estudantes e algumas senhoras da noite, tendo esta última freguesia, conjugada com a relativa abundância de mesas, valido, aliás injustamente, ao Mandarim o epíteto de Mesoputâmia. Logo a seguir, as mesas do pequeno almoço transformavam-se em mesas de estudo individual ou colectivo. À hora do almoço, pouca clientela, maioritariamente constituída por homens de negócios. Estudantes e um ou outro professor preferiam o snack do piso inferior. Logo a seguir, a malta da bica, variada q.b., mas com predominância de universitários, alguns dos quais iam ficando durante a tarde. Mais estudo. Ao lanche apareciam senhoras para o chá, e à noite, aí sim, havia mais afluência, diversa e variada, para o jantar e bica subsequente, até à meia-noite, hora de fecho impreterível.



O Anselmo, o proprietário, tinha uma política comercial interessante: Quando alguém partia acidentalmente o copo da imperial que estava a beber, imediatamente lhe era servida outra, por conta da casa. Hábito simpático e raro de encontrar, que acabou bruscamente numa noite em que o Jopan, um latagão caboverdiano de quem se dizia que tinha arrancado à mão algumas placas daquelas que indicam os nomes das ruas (seriam de latão, mas mesmo assim...) e que detinha o recorde de 56 canecas de cerveja emborcadas numa só noite, de seguida, não no Mandarim mas no Aeminium, célebre pelos pregos no prato bem temperados e com muito molho... o Jopan, dizia, já bastante entornado, trepou para cima de uma cadeira e começou a “deixar caír” imperial atrás de imperial, depois de as ter bebido quase até ao fim.. E lá se foi a estratégia de marketing do Anselmo e consequentes baldas. A vida é injusta!


A partir da meia-noite subia-se uma ruazita até ao Atenas, o café do Quadros, frequentado principalmente por alunos dos últimos anos da Universidade. O Quadros era um porreiraço, fazia facilmente amizade com a clientela regular, e tinha sempre em cima do balcão um tabuleiro de xadrez. Sem problemas, desafiava os melhores jogadores, e perdia sistematicamente com um garbo imparável:


- Ó Quadros, olhe que assim fica sem a torre!

- Mas para que é que eu quero a torre?

- Ó Quadros, vai perder a raínha!

- Mas para que é que eu quero a raínha?


Realmente...


Jogo em que nunca perdia era a moedinha, que ainda congregava bastantes parceiros. Se o Quadros ganhava, recolhia as moedas, e pronto. Se perdia, o vencedor da ronda, como era de regra, pagava uma rodada aos companheiros de jogatana – e o Quadros facturava...


No Atenas começavam frequentemente as conversas que iriam, depois das duas da manhã, desaguar no Et Coetera ou no 007, um pequeno restaurante descoberto na “baixinha”, que tinha a particularidade de servir bons petiscos até às quatro, além de um queijo da serra excelente e de uma garrafeira à altura.

O Fernando era quem mais falava, fosse de política, cinema ou filosofia. Passavam-se os “Cahiers du Cinéma” e os últimos filmes a pente fino, entre goladas de um Dão Caves Velhas Juta que estava em voga e com bom preço.


- O Bataille não diz nada disso, pá, não compreendes a essência do internacional-situacionismo... - Ó Carlos, traz aí mais uma garrafinha de Juta, por favor, que ainda sobrou queijo... – lê o Deborde, que só te faz bem!

- Espectacular, este “serra”! Onde é que o homem irá arranjar isto?

- Mas o Barthes, a Kristeva e o Todorov são essenciais para... Olha, Carlos, se não te importas, mais umas fatias deste pão, ok?... – uma abordagem séria da Linguística...

- E que tal se lessem Marx e Lenine, em vez desses teóricos da treta do não sei quantos situacionismo, hein?

- E porque não Gramsci? Porque não Althousser? “Pour lire Le Capital”, pá, está lá tudo! E ... – Falta aqui queijo, Carlos!

- Não me lixes! O que move o mundo não é a luta de classes coisa nenhuma, é a angústia do homem perante a morte! Basta ler o Morin, porra!

- Digam lá, alguém aqui conseguiu ver “O Último Ano em Marienbad” até ao fim?


E assim se evocavam ou invocavam os velhos e novos teóricos do marxismo de diferentes tendências, sobretudo as heterodoxas, e os de outras correntes ideológicas, sem falar nas literárias, artísticas, e por aí adiante. Naturalmente, a situação política do país não podia escapar, tanto mais que, para além da conversa, havia naquele grupo gente que também era de acção, gente que já tinha “estado dentro” e outra que viria a estar.


Predominantemente masculino, o grupo, que variava consoante as noites, incluía mulheres, facto pouco frequente nesse tempo e, em particular, a essas horas. Mas lá estavam, por exemplo, a Docas, que cozinhava um rim espectacular, e a Eugénia, que não cozinhava coisa nenhuma. A Carlinha é que não. Chegava até ao Mandarim, mas depois abandonava o grupo, porque se deitava relativamente cedo, exceptuando, é claro, as noites de Et Coetera.


Foi do Mandarim que partiu o Ernesto rumo à Dinamarca, no NSU de um amigo, que o pôs lá em cerca de 24 horas, para escapar à guerra colonial, isto uns meses antes do 25 de Abril... O Ernesto frequentava o quarto ano de Medicina e estes cafés e afins todos, e passava muitas vezes por dificuldades económicas, que ia resolvendo pelo velho método do cravanço de amigos com maior disponibilidade conjuntural. Munido de uma pequena agenda, anotava religiosamente as verbas que lhe emprestavam e os nomes dos benfeitores. Ainda ficou uns dois anos pela Dinamarca, apaixonado pelo país e possivelmente também por algumas das suas habitantes, e lá arranjou trabalho, o que lhe permitiu, ao regressar, procurar um por um os amigos a quem devia dinheiro e acertar as contas até ao último centavo.


O Des Chaises foi um dos muitos financiadores que ficaram atónitos com o inesperado reembolso. É justo que se diga que nunca contou a ninguém o episódio do Dinis e da Carlinha – mas alguém mais o terá testemunhado, porque a história correu de boca em boca. E, conforme um refrão da época, “Não vale a pena dizer nada, que amanhã sabe-se tudo!”




83 comentários:

Arábica disse...

Mário, agradeço-te a publicação destas tuas memórias, que afinal se cruzam, ainda que acidentalmente com as minhas...

É através dele que fico a conhecer melhor o Mandarim, as pessoas que fizeram parte da sua lenda, posterior ao 25 de Abril...
Lembrava-me das cores dos azulejos (creio que eram azulejos), embora as formas se tivessem evaporado...

Mosaicos da vida, na vida dos partipantes desta tua, tão boa narrativa.

Noites, tardes, risos e dúvidas.

Et le Des Chaises?

Que será feito dele?


Um abraço, Alien, grata.




:)

wind disse...

Ler-te é sempre um prazer.
Não consigo despegar os olhos e visualizo tudo:)
Gostava de ler mais memórias tuas:)
Beijos

Teresa Durães disse...

já cá venho ler este (rolo?) de prosa. Oh, homem, isto é que foi divagar!

Lizzie disse...

Então diz-me lá: com tanta borga e apesar da determinação de fazer as cadeiras, alguém sabia o que era o esternocleidomastoideu?
E também apareciam tias da província para ver o fogo nas pestanas dos doutores?

O Diniz era parecido com o Vasco Santana com óculos?

A Clarinha era de facto boazinha! Se fosse uma Belzebu que eu cá sei, batia-lhe primeiro e sorria depois como fez a um conhecido cantor marxista/leninista/ que lhe fez idêntica pergunta mas de forma mais ordinária e machona e coitadinho, não estava à espera que a moçoila tivesse prática de andar à pancada e lhe saísse uma perna disparada em direcção a um alvo sensível que o desgraçado dobrou-se todo, todinho e de certeza, certezinha que até se lembrou do Edgar Morin mais do seu O homem e a morte, penso eu que te referes a este que ainda havia outro mas não me lembro.

Então e o Saussure?

Fui poucas vezes a Coimbra e algumas delas fui, de rastos, para ouvir um senhor sisudo cantar fados. E trovas. A que não achava graça nenhuma.:))Credo!

Agora, fora de brincadeiras, essa vida deve ter sido interessante e deve ter marcado todo um ciclo de descobertas, posicionamentos e definições pessoais. Provavelmente houve coisas que ficaram como que tatuadas outras que agora pareceram ridículas.
Costuma acontecer a toda a gente, seja qual fôr o meio onde se tenha formado.

Abraço

uf! disse...

Xiiiiiiiiiiiiiii!
Caro Alien, vou ter de voltar com a cabeça mais fresca e um pouco mais de tempo mas, desde já, lhe agradeço o trazer-me à memória o jogo das moedinhas e o Herbert Pagani. Só o tenho em vinil mas, em vinil, tenho tudo o que dele foi editado em Portugal.

Justine disse...

Um retrato nostálgico e algo melancólico de uma época tão rica, e de uma Coimbra que já só existe assim, na memória e nas vivências...
Fico um pouco tristonha:))

Arábica disse...

Alien :)))


Além de vos vir desejar um bom fim de semana ainda vinha aqui meter uma cunhasita ;) por acaso "esse tal de Fernando" que muito falava de tudo, não terá assim um tempo livre, para me dar umas explicaçõesitas de politica e filosofia, não? Podia mesmo ser por e-mal... ;))

Abraço para ti e Lola :))

Arábica disse...

errata: e-mail :))

mar disse...

Gostei de ler, é caso para dizer: " rapaz ainda um dia vai ser um grande escritor" :)

Gostei particularmente da personagem Carlinha......

Bjs e bom fim de semana

Lola disse...

Alien,

O Mandarim! Fui lá em tempos com o JL, e o Ricardo, eu de shorts pequeninos e eles a tomar conta.
Nessa altura só conhecia o Marriô des Chaises de ouvir falar...

Excelente este teu Café.
Muito bem escrito e divertido.

Beijos grandes

Alien8 disse...

Arabica,

Não tens que agradecer, pelo contrário, eu é que agradeço que leias!

Memórias comuns...

O Des Chaises parece que está bem.

Quanto ao Fernando, há muito que o não vejo :)

Um abraço.

Alien8 disse...

Wind,

Obrigado.

Vou fazer por isso :)

Um beijo.

Alien8 disse...

Teresa,

Cá te espero ... :)

Alien8 disse...

Lizzie,

São memórias, mas não tão antigas assim :)

Quanto ao episódio da Clarinha e do Dinis, conta quem viu que a proposta, vinda de quem veio e nas condições em que veio, foi apenas ingénua. A Carlinha teve a reacção ideal. Nem mais, nem menos. Podia ter aproveitado para humilhar em público o pobre Dinis, mas percebeu exactamente o que se passava, e sorriu, com a bondade que lhe era característica, mas também com eficácia. Eu não lhe chamaria "boazinha". Devo confessar que a maioria daqwuele pessoal preferia o aumentativo... eu disse foi "bondosa".

Quanto à Belzebu... enfim, não conhecendo as circunstâncias, só posso adiantar que isso não é coisa que se faça a um cantor, independentemente da sua ideologia... já bastava o primo que se tornou cantor lírico :)))

Ah, também lá querias o Saussure? Pois, mas digamos que o texto não estava estruturado para meter lá também esse e muitos outros, senão iriam ser precisas muitas rodadas de vinho e doses de queijo, e a narrativa tornar-se-ia monótona... Além disso, o homem ainda não há muito tempo teve honras de menção num post teu, que eu bem me lembro, e isso já lhe deve bastar como homenagem!

Interessante? Mas sem dúvida! E é como dizes, todos temos períodos que nos marcam, factos que nos marcam e outros que nem tanto.

Um beijo

Alien8 disse...

Prof,

Não tem que agradecer. Infelizmente, já não tenho os LPs em vinil do Pagani... perderam-se no tempo. Pagani à Bobino e Mégalopolis, por exemplo... :(

Alien8 disse...

Mar,

LOL!

Obrigado, também em nome da Carlinha :)

Um beijo.

Alien8 disse...

Lola,

"Shorts pequeninos"? Pois. Eu chamava-lhes outra coisa - e não era só eu! - mas é apenas uma questão de terminologia.

Queres fazer concorrência "a posteriori" à Carlinha? :)

E, evidentemente, com guarda-costas, satisfeitos da vida, aposto...

O Marriô des Chaises devia ter gostado de te encontar nessa indumentária, perdão, nessa altura. Talvez se esquecesse de fazer as cadeiras :)

Beijinhos!

uf! disse...

eu tenho e tenho uma maquineta para passar de vinil para cd; talvez um dia tire a aparelhagem na caixa - ainda está como a triuxe fa fnac - e então posso fazer uma cópia :-)

bettips disse...

Completamente delicioso, como e o que descreves. Tal como tu, aquelas coisas boas que comentaste, interessa-me na vida principalmente "isso".
O bom-o bem.
Aqui o encontro e volto.
Abraço grande aos 2.

(hei-de dizer à V. que to/vos dê humanamente por mim)
(A 3ª vez que vi - entre décadas - "O Último Ano em Marienbad", entendi que a memória também pode ser assim: o tempo, o tempo, as partidas que nos prega o "tempo".)
(li tudo)

bettips disse...

És Mário? Olá, Mário, muito prazer!!!

mar disse...

Essa Carlinha, tem um je ne sais quoi que me agrada
faz-me lembrar alguém......

Bom resto de domingo

Alien8 disse...

Justine,

Resposta fora de ordem... devo ter feito algo errado, mas cá vai de novo:

Se do texto ressaltam nostalgia e melancolia, então falhei o objectivo, que era contar com algum humor bons momentos do passado.

Mas não posso deixar de te perguntar se esse ficar tristonha não terá vindo da tua particular forma de "veres" o texto, no momento.

Um abraço.

Alien8 disse...

Prof,

Qualquer dia, pois... :)

Alien8 disse...

Bettips,

Tens razão, grandes partidas nos prega o tempo... e temos interesses semelhantes, mas isso já não é novidade.

A V. dará certamente, e agradecemos desde já a ideia :)

Ah, e o prazer é todo meu!

Beijinho de ambos.

Alien8 disse...

Mar,

Boa semana para ti!

Quem te fará lembrar a Carlinha?

Bem, tu lá saberás :)

Um beijo.

uf! disse...

Alien, garanto-lhe que não tinha bebido nenhuma «mine» quando deixei o comentário :-( desconfio que o meu portátil é que se anda a meter nos copos - e ainda por cima fica gago!
O «triuxe» ainda se entende, pela proximidade entre o «i» e o «o», que moram paredes-meias, na mesma rua do teclado; agora o «fa fnac» não fa faço ideia de co como apareceu :-)
Bom início de semana

Arábica disse...

Alien,

aqui fica um abraço da terra das alfarrobas para ti e Lola :)

Desculpem a hora tardia da visita, mas estive entretida a rebobinar cenas de um filme igualmente antigo.

Entre o nostalgico, o dramático e o humorístico :)

Dito assim, até parece real ;))

Lizzie disse...

Alien:

antes de mais uma errata: parecerão ridículas e não pareceram. Enfim, o costume:))

Quanto ao cantor de intervenção marxista-leninista, sempre foi uma pessoa muito mal formada.
O Diniz, o Des Chaises e os outros confrades, fosse qual fosse a ideologia, concerteza que nunca fariam tais maldades (a pessoas inocentes) nem ordinarices como este fez (com o seu grupo)aproveitando-se do poder que tinha na altura. E eu era menor, muito menor para desaforos destes.
Lá vou-te contar mais coisas, só para teres uma ideia.
Teve sorte da Belzebu não contar à família mais exaltada. Fizémos um pacto de silêncio para não incendiar ainda mais a fogueira.
Mas enfim.

Atão, tu lembras-te de ter falado no Saussure e eu não?:)
Queres ver que quem é do tempo do Vasquinho dos chapéus há muitos sou eu e não dei por isso.:)

Sabes que consegui botar espanhóis a trautear o fado do viver de estudante? De morrer a rir, coño:))

Beijos e boa semana para os dois, pues claro!!

Lizzie disse...

e mais te digo que o tal Diniz até era capaz de inspirar uma certa ternura.

Fez-me lembrar um colega de colégio que apanhava grandes paixões e ficava timido e ainda mais desastrado. Por ver muito mal e ser gordo,nós,raparigas,não gozávamos com ele. Gozávamos era com os rapazes que lhe faziam a vida negra.

Graça B. disse...

Alien,

Gostei muito de ler este teu memorial ou melhor, de ler um capítulo de um roteiro sentimental interessantíssimo.

Votos de boa semana.

Alien8 disse...

Prof,

Então o "d" não fica mesmo ao lado do "f"? Fa fnac, claro! Quais mines!
(Deviam ser imperiais...:)

Boa semana!

Alien8 disse...

Lizzie,

Evidentemente, não há paralelo! Tens razão quanto ao Dinis, era capaz de inspirar alguma ternura. Raro era encontrarraparigas que não gozassem com pessoas como ele, por isso tiro-te o meu chapéu (no pun intended! :)

Não leves a mal a minha brincadeira com a Belzebu e seus pontapés - esse foi mais que merecido! :)

Acerca do Saussure, posso adiantar-te (hmmm...hmmm...) que consta do post de 11 de Fevereiro ("Do discreto homem da roupa invertebrada"), logo na introdução.

Não me lembrava disto tudo, credo!, mas fiz uma buscazita para o localizar. Sabes pesquisar no blog, suponho? :)

Espanhóis a trautear o Fado do Estudante? Garanto-te que pagava para ver!!!!! O que lhes deste a beber?

Uma boa semana para ti e um abraço duplo :)

Alien8 disse...

Arabica,

Obrigado pelo abraço! Nunca é tarde para um :)

E aqui vai outro, de ambos.

Alien8 disse...

Graça B.,

Obrigado.

É, realmente, um capítulo. Roteiro sentimental também não está nada mal visto.

Boa semana para ti.

uf! disse...

poix 'tá claro! Elementar, meu caro... Alien!
mas eu não tinha chegado lá ...
bjs

Lizzie disse...

Pois Alien, sempre que te digo que não sei se sei pesquizar no blog ou não porque nunca experimentei. Além disso deve dar trabalho:))

Juro que não dei nada a beber aos desgraçados dos espanhóis. Limito-me a apresentar-lhes o produto, fazer uma grande fita com ou sem pantomima e, depois acaba por pegar.:))

Houve o tempo do "Barco Negro". Quando me diziam alguma coisa a jeito (género larga lá isso, vamos jantar,ou ainda não estás despacháda? p.ex.) eu começava a cantar, de pescoço esticado para maior autenticidade: sãoooo onnndasssss, são ondaaaasssss. Acabou por dar imitação e risota.

São os chamados estribilhos de Belzebu. Ou as Parvoíces Luciferinas:))

Beijo

Lizzie disse...

Vou ver adonde botei o Saussure.:))

Alien8 disse...

Prof,

Foi das imperiais :)))

Alien8 disse...

Lizzie,

Pesquisar no blog é fácil: tens o blog em Inglês? Logo na primeira barra de cima, a seguir ao símbolo do blogger, tens um campo de texto e um rectângulo com Search Blog escrito. Se tiveres o blog em Português, deve ser o mesmo... Pesquisar blog...

Escreves a palavra que procuras no campo, e pronto, o motor de buscar vai procurá-la. Atenção: não faz busca nos comentários (que eu saiba) e só encontra a referência mais recente à expressão que se procura (também que eu saiba). Experimenta :)

Quanto aos espanhóis, acredito que lhes não dês nada a beber, mas com alguma dificuldade... Obviamente, a tua demonstração luciferina inspira-os :) E... "são ondassss"? Sempre pensei que ela dizia "São loucas"!!!

Beijos.

Lizzie disse...

Alien,

pois que botei lá Saussure e nada:))

Segui foi o títilo do post que tu tiveste a amabilidade de dizer aqui.

Em relação ao "Barco Negro", tenho duas versões. A letra de uma diz que são ondas, a outra que são loucas. Se calhar vem a dar no mesmo:))
Disto percebes muito e muito mais que eu.

Por acaso não sei se o título coincide. Provavelmente não. Nunca reparei. Ou não me lembro.
Também tenho a versão cantada em castelhano, e com toque flamenco, pela mesmíssima Amália. Aí "son´olas".

Por várias razões e numa lembrança do Demo, esta última versão, foi dançada mas tirando-lhe o acompanhamento instrumental. Só voz e os pés dos bailarinos em material que soa a areia raspada mas não fere. Credo, dançar não é penitência.

Também já ouvi, imagina, uma modalidade cantada e interpretada por uma japonesa. Ninh, ninhhhhhh. Não faço ideia se eram ondas, loucas, tachos ou panelas:))

Logo o Imundo mandou imitar em vários contextos:))e aí, é nem são precisas cañas ou outras etilidades:))

Abraço

Teresa Durães disse...

- Cheguei a tempo? Cheguei a horas?
- Opá, isso é que foi demorar!
- Mas o post ainda cá está, sempre dá para ler, colocar um sorriso de quem não viu que foi há três dias publicado, e comentar?
- Tens uma lata desgraçada. Consegues fazer isso ao Alien8?
- A ele e a tantos outros. Que a vida não dá para todas as coisas!
- Ah! Maldita hipócrita, lê de uma rajada que esta prosa está um primor!
- Ai sim? E por acaso leste tudo?
- Obviamente, desde a narração aos diálogos e digo-te já que adorei o ambiente. Estas descrições dos rumos de café em café e a vida dos estudantes naquela altura são temas que o Alien8 gosta de explorar. E bem, fica a saber.
- Pronto, pronto, eu declaro que lerei até ao fim mas não lhes digas que me tornei falsa

(só se não poder, inferno de gente!)

Teresa Durães disse...

Estou para aqui imaginar como se foge à guerra indo para um país como a Dinamarca. Ainda fosse França ou Espanha. Lá não seria a guerra contra o frio?

(será que o ambiente hoje, para além das bebedeiras consecutivas, chega a ser este que relataste aqui?)

Cada vez que me lembro dos meus tempos de faculdade até fico agoniada. Por isso tratei de trabalhar ao mesmo tempo pois não aguentava aquele ambiente. Competição feroz, uns e outros a enganar os restantes, uma cambada de parvalhões, resumindo.

Sempre tive pena de não ter ido para longe de Lisboa, onde vivia. Mas se encontrasse um ambiente igual?

De qualquer modo penso que também existe diferença por ser engenharia (apenas ignorantes e feios lol) ainda por cima de informática. Sempre com a PC World debaixo do braço, óculos reforçados, assunto limitado (à informática) e yuppies a 100%. Lá se foi a magia da faculdade (e não iam ao café beber uma cerveja, só se fossem ler um artigo (de informática)

Hoje em dia os colegas são, na sua maioria, de conhecimento limitado (à informática) e, claro, gostam e futebol. Parece que não perceberam que existe vida lá fora.

Adorei o que escreveste pois retratas o ambiente de uma forma genial. Vê-se qe as memórias estão bem vivas.

Mocho Falante disse...

ora viva

fiquei simplesmente maravlhado com esta crónica de estudante numa época que ao mesmo tempo dificil mas muito aliciente e desafiadora. Foram certamente tempos memoráveis, grandes paródias, muitas amizades, cumplicidades, tristezas e alegrias que ficam gravados nos nossos memes como tão bem refere Richard Dawkins.

Os belos tempos de faculdade memoráveis que nos irão acompanhar por toda a vida. Só tenho de te agradecer este belissimo texto que de alguma forma também me transportou para as minhas lembranças de tempos de estudante.

Um grande abraço

guida disse...

Alô

È só para dizer que passei por aqui como faço muitas vezes, mas não comento. Adoro ler as tuas memórias só é pena que não sejam mais frequentes.
Beijos para ti e Lola

Alberto Oliveira disse...

Era um polivalente Mandarim
(Café, snack-bar e restaurante)
nunca conheci um oriental assim
que em Coimbra não fui estudante.

Mas gostei da forma como relataste esse regresso ao passado, que todos acabamos por fazer um pouco, nem que seja para exercitar a memória.

Abraço.

Alien8 disse...

Lizzie,

Não deu nada? Ora essa! E então quando eu lá vou já dá??? Espera aí, que já confirmo...(...) - Direitinho ao post de quarta-feira, 11 de Fevereiro! E esta? Tenta de novo... :)

O Barco Negro foi inicialmente a canção Mãe Preta (não confundir com a Mãe Negra, cujo verdadeiro título é Prelúdio, com poema da angolana Alda Lara e música de Paulo de Carvalho). Os autores da música são brasileiros (!) e chamavam-se Caco Velho (Matheus Nunes - música) e Piratini (António Amábile - letra). Proibida em Portugal, foi a letra totalmente modificada por David Mourão-Ferreira, passando a canção a chamar-se Barco Negro.

O melhor é deixar aqui as letras:
Mãe preta
(Piratini e Caco Velho)
velha encarquilhada
carapinha branca
gandola de renda
caindo na anca
embalando o berço
do filho do sinhô
que há pouco tempo
a sinhá ganhou
era assim que mãe preta fazia
criava todo branco
com muita alegria
enquanto na senzala
seu bem apanhava
mãe preta mais uma lágrima enxugava
mãe preta, mãe preta,
mãe preta, mãe preta
enquanto a chibata
batia em seu amor
mãe preta embalava
o filho branco do sinhô
Barco Negro
(David Mourão-Ferreira)

De manhã, que medo, que me achasses feia!
Acordei, tremendo, deitada n'areia
Mas logo os teus olhos disseram que não,
E o sol penetrou no meu coração.

Vi depois, numa rocha, uma cruz,
E o teu barco negro dançava na luz
Vi teu braço acenando, entre as velas já soltas
Dizem as velhas da praia, que não voltas:

São loucas! São loucas!

Eu sei, meu amor,
Que nem chegaste a partir,
Pois tudo, em meu redor,
Me diz qu'estás sempre comigo.

No vento que lança areia nos vidros;
Na água que canta, no fogo mortiço;
No calor do leito, nos bancos vazios;
Dentro do meu peito, estás sempre comigo.
Agora as versões castelhana e japonesa devem ser realmente de espantar! Mas só ouvindo, infelizmente não as conheço. Nem as imitações :)

Um abraço.

Alien8 disse...

Teresa,

Estás a imitar a minha escrita? Olha que eu vou ao teu blog e faço o mesmo eheheheheh! Já deves estar a imaginar o trágico, o horrível e a sangueira :)

Mas gostei do diálogo, como não? E do resto, evidentemente.

O ambiente hoje, que eu saiba, não tem muito a ver com aquele (em que, deixa-me dizer-te, as bebedeiras não eram assim tão consecutivas...). Ah, e Coimbra foi sempre um caso aparte, uma cidade universitária, não a cidade uiniversitária num canto da cidade... Mas tu sabes isso, sabe-lo desde os teus próprios tempos de universidade, em que as coisas já tinham mudado muito... nem vale a pena dizer mais.

Não é, no entanto, esta ou qualquer outra mudança que me leva a escrever, mas exactamente oque dizes: as memórias estão bem vivas. E outras razões, é lógico...

Um beijo.

Alien8 disse...

Mocho Falante,

Não tens que agradecer, muito pelo contrário, quem agradece sou eu, a tua atenção e as tuas palavras. Foram, para mim como para muitos outros, tempos que não se esquecem.

Um abraço, amigo!

Alien8 disse...

Guida,

Também conhecida por "no comments" ou "mana"...:),

Obrigado! Mas és suspeita :)

Isto não sai sempre, sabes, mas vai-se fazendo. Creio que irás gostar do próximo texto, mas não sei quando estará pronto, nem quando o vou publicar. Olha, fica prometido que to enviarei em primeira mão!

Um beijinho da Lola e outro meu!

Alien8 disse...

Legível,

Também para exercitar a memória, é isso! Reviver o passado em... qualquer sítio:)

Bela quadrinha!

Obrigado e um abraço.

Lizzie disse...

Alien:

obrigada pela tua explicação. Fiquei a saber as duas letras. Sou sempre péssima a decorá-las.

A versão das "ondas" parece-me ser a tradução para português de um flamenco "me voy por las olas" cantado por uma gitana, Caracol, de Cádiz.
Está num cd (ex vinil digitalizado) da Amália, em que canta em português e em castelhano, que não tenho cá e que é de edição espanhola.

A letra tem semelhanças com a de David-Mourão Ferreira: "dentro do meu coração, vives sempre comigo":) "vives tú, por la vida, en mí corazón":)

Esse cd também tem um fado, que acho lindíssimo, até porque às guitarras se juntam sinos em fundo. Nunca encontrei tal fado em Portugal. Fartei-me de procurar, para oferecer, e nada.

Isto, se bem me lembro. Não ouço há séculos porque entraram em moda outras imitações:)como a da sensual giganada Azúcar Moreno "sólo se vive una vez, caramba!":)

E mais, se na tua qualidade de ET, te tele transportares para ver as imitações, por favor, não chames o 112. Aquilo dá forte mas passa depressa:)) Às vezes...

Abraço para os dois.

Teresa Durães disse...

ora, ora, temos aqui direitos de autor? eu que nunca (adulterei) usei poemas tomando-os como meus!

já não se pode ter liberdade que certos invejosos não critíquem

Lizzie disse...

Errata nem copiar sei: "dentro do meu peito vives sempre comigo" e não dentro do meu coração...

baralhalam-se-me as línguas, coño.

Lizzie disse...

Olha..., Alien, só agora é que reparei e FICO DE PALAVRA para te agradecer.


Outro abraço:)

Arábica disse...

Alien,



música, imagem e memória.

Aqui estamos, daqui partimos,
marco histórico nos percursos individuais de cada um e do percurso do nosso país.

Já lá vão muitos anos e ainda assim , às vezes, fecho os olhos... e parece que foi ontem.



:)


Um abraço

Alien8 disse...

Lizzie,

Multiplicam-se as versões :)
Infelizmente, não estou a ver o que seja esse fado com sinos. Pode ser que um dia destes me ocorra alguma coisa, mas...

Terei os devidos cuidados se me teleportar para assistir a esses eventos. Nâo sei se me valem de alguma coisa (os cuidados), mas mais vale prevenir :)

Quanto à "concentração", não tens de quê!

Bom fim de semana e um abraço

Alien8 disse...

Teresa,

Muito pelo contrário, sinto-me lisongeado coma imitação, sobretudo vinda de quem vem :P

Direitos de autor no estilo? Nah, ainda por cima perante uma profissional da assimilação de estilos, vejam-se as caixas de comentários dos posts acerca do roubo do prémio, onde quase nenhum dos grandes poetas portugueses escapou! :)

Bom fim de semana.

Alien8 disse...

Arabica,

Pois parece!

E cá continuamos.

Para o que der e vier.

Um beijo.

bettips disse...

Obrigado ...não me é fácil escrever (distanciada-a-mente...) ao ritmo que sai, às golfadas; depois tenho a mania das cores, da luz das fotos, da estética, dos tons, da verdade (minha). Este foi a propósito do PPP sobre a foto de Picasso. Mas tenho um seguimento, com Dali, cantos ... só que não tenho "tempo" hoje.
E o 25 de Abril, esse queria prepara-lo com fotos (não minhas)da guerra. Da que acabou por causa da revolução mais BELA. Escamoteado o horror, branqueado o medo.
"25 de Abril, sempre - fascismo nunca mais!"
UM ABRAÇO X 2

Alien8 disse...

Bettips,

Dois abraços X 1!

Porque há quem não se lembre e há quem não saiba dessa guerra... pois há.

Por estas e por outras faço coro contigo:

"25 de Abril, sempre - fascismo nunca mais!"

Arábica disse...

E eu também junto a minha voz ao vosso coro.


E aos abraços junto o meu abraço.


Porque só assim faz sentido.


Sempre.

coxa e marreca disse...

vou voltar e ler novamente.


e já é dia 25, quase quatro da manhã,

já devia haver barulho pelas ruas...

o Reverso disse...

excelente relato.

e ainda bem que havia lá aquele porteiro...

wind disse...

Vim desejar um bom 25 de Abril.
Beijos

Lola disse...

Alien,

Não é possível esquecer.

Lembro-me de ter ido despedir-me do meu irmão que partia para Angola, para a guerra.

À nossa volta as lágrimas os gritos.

Não é possível esquecer.

Lembro-me de ver uma jovem mulher grávida ser espancada pela "policia de choque" em frente ao Imperial no Porto, durante 1 manisfestação do 1º de Maio antes de 1974.

Não é possível esquecer.

Lembro-me de ter a policia nas salas de aula na faculdade.

Não é possível esquecer.

E lembro-me da alegria, da imensa alegria, no 25 de Abril de 1974.

Não é possível esquecer.

Alien8 disse...

Arabica,

Obrigado. Sempre!

Um beijo.

Alien8 disse...

Coxa e marreca,

Pois devia!

E eu agradeço a leitura e a vontade de reler.

Alien8 disse...

Triliti Star,


Bem-vinda!

Obrigado e... de facto, havia porteiros providenciais...

Alien8 disse...

Wind,

Obrigado. Que o teu também tenha sido bom.

Umm beijo.

Alien8 disse...

Lola,

É a mensagem certa, a tua.
Não há mesmo como esquecer - nem o sofrimento, nem a alegria.

É a mensagem que tem que ser passada, porque cada vez me parece mais que há muito quem não compreenda, nem por sombras, o que representou o 25 de Abril. A muitos nem lhes interessa sequer tentar compreender... e a confusão instala-se. Por exemplo, o 25 de Abril não foi nada, porque a situação a que chegámos é esta... e outras manifestações de ignorância ou arrogância ou incompreensão ou ingenuidade. Ou de simples falta de inteligência. Assim mesmo! E assim o digo, porque estou farto de ler e ouvir tanta asneira.

Quem ganha com isso?

Sempre os mesmos...

BASTA! PUM! BASTA!

Umm beijo grande.

Emma Larbos disse...

Bons tempos em que o estruturalismo russo ainda tinha sabor a clandestino e as sextanistas de Medicina ainda se podiam ao luxo de não ser muito inteligentes... Passei a época de estudante dez anos depois e noutra cidade mas quando visitava a do In illo tempore ainda me lembro da peregrinação pelos cafés com os amigos visitados. Hoje levam-me quase sempre ao muito mais asséptico e de plástico Trovador. Paciência...

Arábica disse...

Alien,

onde erramos na transmissão da mensagem, nós os que vivemos o 25 de Abril, para tantos não perceberem o significado?

Haverá uma necessidade imperiosa de nas escolas se começar a estudar e a debater os perigos associados a esta nova cultura de minimizar, desprezar os valores que tantos anos demoraram a ser implantados?


Estou com a Lola e contigo.


Não é possível esquecer.


Abraço neste 26 de Abril.

Alien8 disse...

Emma Larbos,

Mudam-se os tempos... no lugar do Mandarim está hoje um MacDonald's.

Bem observada, a do estruturalismo :)

Só não concordo com aquilo das sextanistas de Medicina... hoje também podem não ser muito inteligentes, basta que haja dinheiro para comprar dezoitos e dezanoves em escolas privadas... ou então anda por aí há anos um surto de inacreditável inteligência, e eu é que ainda não dei por nada...

Uma boa semana!

Alien8 disse...

Arabica,

Creio que é uma questão de gerações, mudanças, passagem do tempo... emissores e receptores... mas não é assunto que me apeteça abordar aqui... no entanto, o que dizes acerca das escolas até é uma boa pista.

Boa semana.

Um abraço.

Teresa Durães disse...

Mas o cabeçalho deste blog está o máximo! Bom gosto, sim senhor! A fotografia do lado direito, esfumada nas bordas está excelente. Este ano não referi a esse abril de 74, vá-se saber porquê. Talvez por me sentir tão distante dessa liberdade prometida apesar de não me sentir presa.

(aqui a ouvir Robert Plant e Jimmy Page)

Boa segunda-feira (numa semana curta olé)

uf! disse...

Durante a primeira parte de uma minha aula, no passado dia 24 de abril, foi proibido dizer as palavras «não», «professora» e «liberdade». No início, cada estudante tinha um valor a mais mas, por cada vez que pronunciasse uma das palavras proibidas, perdia uma décima. Para além disso, sabiam que havia, entre eles, colegas que eu encarregara de apontar quem dizia e quantas vezes dizia as palavras proibidas. Mas só eu sabia quem eram esses colegas. Durante uma hora, falámos do 25 de Abril e aqueles jovens experimentaram o que é viver sem liberdade de expressão e com «informadores» à solta. Curiosamente, até se criou, espontaneamente, um grupo «subversivo»; curiosamente, no meio desse grupo havia uma «informadora», que o grupo não detectou.
Depois falámos sobre o que cada um(a) sentiu.
Penso que as abordagens ao «24 de Abril» são, no geral, muito teóricas, para quem nasceu em liberdade. Por isso tentei criar alguns constrangimentos. Parece-me que, assim, o debate que se seguiu foi mais frutuoso.Claro que o valor a mais e as décimas a menos eram fictícios mas só no fim lhes disse isso - e o hábito de justiça é tal que eles nem acreditaram profundamente que eu o fosse aplicar.

Alien8 disse...

Teresa,

Obrigado!!!

Estás a ouvir boa música, por isso...

Uma excelente semana (curta, olé :)

Alien8 disse...

Prof,

Agradeço a descrição dessa interessantíssima experiência, muito bem imaginada e, pelo visto, muito útil! E dou-lhe os meus parabéns pela excelente ideia que teve e colocou em prática.

Boa semana!

Alien David Sousa disse...

Adorei este teu retrato maninho e tive de frisar uma frase:

"O que move o mundo não é a luta de classes coisa nenhuma, é a angústia do homem perante a morte! Basta ler o Morin, porra! "

O texto está muito bem escrito.
Beijinhos alienígenas

Alien8 disse...

Mana DS,

Obrigado!

A frase que destacaste não reflecte necessariamente a opinião do autor do texto :), apenas surgia "naquelas" conversas.

Beijinhos alienígenas.

Arábica disse...

Um abraço nesta primeira hora do... 1º Maio :)

Alien8 disse...

Arabica,

Outro para ti :)

Anônimo disse...

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