Aliencake

Foi numa tarde de sábado, de encontros, reencontros e desencontros, de estreia literária e café, tudo prolongado em noite, jantar e mais café, ficando no entanto curto o tempo. De súbito, aparece-me pela frente um bolo com a minha cara. Um bolo com rosto de Alien. Olhei-o uma e outra vez, e só não me belisquei porque dói um bocado, convenhamos. Mesmo a aliens. As pessoas cantavam os parabéns e batiam palmas, eu ouvia e agradecia, mas mal tirava os olhos do bolo. Fizeram-me pegar nele com uma mão, perante a apreensão de alguns circunstantes, e conduzi-lo, ou deixar que me conduzisse, à mesa improvisada. Vivendo desde sempre em terrível dúvida sobre a minha origem e condição, houve um instante luminoso em que tudo se revelou. "Sou um bolo, afinal sou um bolo!" - exclamei para mim mesmo, entre alguma perplexidade e o alívio de uma certeza há muito tempo aguardada. Foi sol de pouca dura. Lá tive que partir o bolo. Lá tive que me cortar à faca em fatias que rapidamente desapareceram. Ao que parece, estava bom, eu. O facto é que, apesar disso, ainda estou vivo. Não serei, então, um bolo? Serei apenas a recordação dele? Felizmente, a fotógrafa estava lá. Serei assim talvez a fotografia de um bolo. Há piores destinos. Há piores fins de tarde-noite de sábados de lançamentos de livros, encontros, reencontros, desencontros, jantares, cafés, aniversários e ainda mais. Muito, muito piores, garanto-vos.

28 de set. de 2009

A propósito de bifes... porque não recomeçar com um clássico?

Bife à Marrare




Ingredientes:

* 1 bife do pojadouro (150 grs);
* 2 colheres de sopa de manteiga;
* Sal grosso;
* Pimenta;
* 2 colheres (sopa) de nata.

Preparação:

1. Numa frigideira com o fundo pesado derreta sobre lume vivo metade da porção da manteiga.
2. Quando estiver bem quente introduza o bife e deixe alourar ligeiramente de um dos lados. Vire-o sem picar e aloure-o do outro lado (esta operação, que deve ser relativamente rápida, tem por fim evitar que o suco da carne saia). Tempere com sal grosso e pimenta moída na altura.
3. Retire a gordura da frigideira (conservando lá o bife) e junte a restante manteiga. Reduza o lume, deixe cozer o bife durante uns minutos e, agitando a frigideira, adicione as natas. Deixe engrossar o molho agitando sempre.
4. Coloque o bife num prato aquecido e regue com o molho. Sirva acompanhado com batatas fritas em palitos colocadas num prato coberto com um guardanapo.

Dica: Se quiser pode juntar ao bife um fio de limão na altura de servir.


Simples, eficiente, delicioso! Uma simpática variante do "Bife à Café". Bom apetite, e tragam vinho e sobremesa se vos aprouver!

E trouxeram! Quanto a bebidas, a MJF sugere um Mouchão Tinto de 1998, e quem se atreverá a discordar? :) Já a Arabica prefere uma cervejinha, concretamente uma imperial Superbock bem gelada, por causa do calor. E também marcha!

Em matéria de sobremesas, agradeço os figos da Justine e o Arroz Doce da Lola, com receita e tudo, que aqui se transcreve:

Arroz doce

6 Gemas
Canela
Casca de limão
1Lt Leite
água
1 caneca de arroz carolino
1 colher de manteiga
+-350gr açucar

Cozer uma caneca de arroz em 3 ou 4 de água. Quando o arroz estiver bem cozido junta-se o leite, a manteiga, as cascas de limão e deixa-se ferver, deitando-se depois o açúcar. Tira-se do lume, junta-se um pouco de leite às gemas e adiciona-se depois tudo ao arroz. Pôe-se numa travessa e enfeita-se com canela moida.


E terminamos a refeição com um
Mokachino, também receita da Lola:

Ingredientes:
Amêndoas
Xarope de chocolate
Café
Leite condensado

Preparação:
Deitar num recipiente 2 a 3 colheres de xarope de chocolate, 1 a 2 colheres de amêndoas , ou avelãs moídas, acrescentar 1 chávena de café expresso, já preparado, encher com leite evaporado ou leite condensado (para os mais gulosos) e polvilhar com canela e raspas de chocolate.

E que mais? :)

Bom, mais isto, que vem da Lizzie:

- happening de flamenco com lavagem de louça em simultâneo (a não perder!)
- whisky do Kentucky ou Grant's 12 ou 16 anos.
- conhaque
- luz barroca conspirativa
- Mesa Toledana de madeira e sofás orelhudos
- E o mais que consta do comentário :)


E ainda....

Uma sobremesa proposta pela Uf! :

Marmelos cortados aos bocados e cozidos em água, com umas colheritas de açúcar (é ao gosto d@s convivas), raspas de casca de limão, laranja e lima, canela, sementes de coentros, de salsa e de mostarda, grãos de pimenta branca e um cravinho da índia.

Também da Uf!, esta

Sugestão:
Fazer o pão na máquina, com farinha comprada no Lidl (eu uso a que tem sementes de girassol e acrescento sementes de linhaça, de papoula e de sésamo) e acrescentar-lhe azeitonas pretas e dentes de alho picados grosseiramente e orégãos, que são envolvidos na massa do pão antes de esta começar a levedar.
Acompanha bem com tinto Versátil (Casa de Santa Vitória), conserva de cenouras e queijos de pasta mole ou meia cura.

E porquê o pão?

- Porque a Lizzie protestou contra o facto de ninguém se lembrar de começar com PÃO E AZEITONAS. Aqui fica a rectificação dessa tremenda falha! E, já agora :), "
bolinhos de coco com limão e gengibre, adoçados só com uma sugestão de melaço de cana".

Quem pensava que a refeição estava completa, enganou-se!

A Arabica contribuiu com mais esta deliciosa sobremesa: Petits fours de coco.

Ingredientes
1 1/2 xícara(s) de chá de açúcar
250 gr de coco ralado(s)
2 colheres de sopa de farinha de trigo
1 gota de essência de baunilha
5 ovos

Preparação
Misture o açúcar com o coco e a farinha. Adicione a baunilha e junte os ovos mexidos. Depois de tudo bem envolvido, deixe repousar por 15 minutos.
Unte as formas com manteiga e farinha. Coloque a massa num saco de confeitar e disponha-a sobre as formas, fazendo pequenos bolinhos. Leve ao forno bem quente e deixe assar até ficarem bem douradinhos. Assim que estiverem mornos, retire-os da forma.

Observação
A receita encontrada diz ainda que se devem guardar em potes bem fechados :)) mas...espero que não sobre nenhum!! :)


133 comentários:

Justine disse...

Posso levar figos para sobremesa ou para entrada, acabadinhos de apanhar há bocado:))

( e onde ficava o Marrare??)

mar disse...

Depois de um grande interregno, uma bela refeição.
Ainda bem que já jantei :)


bjs e boa semana

mjf disse...

Olá!
humhum que delicia...
Um vinho: Mouchão Tinto de 1998 a acompanhar... combinação bem a meu gosto e aconselho.

Beijocas

wind disse...

Deve ser uma maravilha:)
Confesso que nunca ouvi falar em Marrare, nem sei onde fica:)
Beijos

Arábica disse...

:)) Alien e que fome eu trazia destas tuas patuscadas fora de horas, sempre atempadamente presentes para cura dos nossos anémicos cansaços!!!

Marrare, o galego que foi conhecido ponto de encontro de marialvas e boémios, aqui tão bem lembrado por ti. De marialva tenho pouco mas de boémia tenho kgs e kgs de pujadouro, não fosse eu a que tanto gosto de varnear nem que seja em sonhos e fantasias!!! :())

Para tão suculento prato atrevo-me a pedir, a trazer cerveja, uma imperial superbock bem gelada, que o frio ainda se faz rogado e a bebê-la que seja em dias quentes!

E enquanto o Sr.Marrare não traz o bife, como um figuito da Justine, que têm cara de ser doces e carnudos.

:)) Espero que quando se der a ressurreição da Lizzie, o estabelecimento não esteja fechado por ordem da asae :))


Afinal, contamos com ela para a lavagem dos pratos e sem avental, certo??? :)))

Beijos

Arábica disse...

Gosto tanto dos teus olhos azuis ;) ou estou a ver mal??? ;)

Lola disse...

Alien,

Vim ao cheiro dos bifes :)))

Não conheci nem ouvi falar do Marrare, mas pela descrição os bifes devem ser bons.

Vou comprar os ingredientes e depois aceito o teu convite para jantar:)))

Beijos

Lola disse...

Alien,

E sugiro que se termine a refeição com um Mokachino:

MOKACHINO

Ingredientes:

Amêndoas
Xarope de chocolate
Café
Leite condensado

Preparação
Deitar num recipiente 2 a 3 colheres de xarope de chocolate, 1 a 2 colheres de amendoas , ou avelãs moídas, acrescentar 1 chávena de café expresso, já preparado, e encher com leite evaporado ou leite condensado (para os mais gulosos) e polvilhar com canela e raspas de chocolate.

É delicioso.

Beijos grandes

Alien8 disse...

Justine,

Perguntas com ar de quem sabe:), mas, mesmo assim, aqui vai a resposta, com alguns pormenores adicionais, para ti e para quem mais estiver interessado:

Há quem diga que António Marrare era galego (essa mesma informação tem a Arabica, e eu já a vi por aí). No entanto, reza o Lifecooler:

António Marrare, cozinheiro de origem italiana (napolitano), veio para Lisboa, como outros compatriotas seus, nos finais do século XVIII. Depois de ter sido copeiro dos marqueses de Niza, foi dono de vários cafés na capital e empresário do teatro de S. Carlos. Além do café situado junto a este teatro, abriu outros três – no Cais do Sodré, no Chiado (conhecido como o “Marrare do Polimento”) e na Rua do Arco do Bandeira ou dos Sapateiros, na esquina com a rua de Santa Justa. Foi neste último, fundado em 1804 e também chamado Marrare das Sete Portas, que nasceu o célebre bife lisboeta que tomou o seu nome.

Obrigado pelos figos :)

Um abraço.

Alien8 disse...

Mar,

Se não tivesses jantado, ainda ficarias a ganhar... hmmm... às vezes esqueço-me de que estas refeições são virtuais... mas serão mesmo? :)

Bom fim de semana e um beijo.

Alien8 disse...

MJF,

Uma delícia, realmente. Obrigado pelo precioso Mouchão, que vai, obviamente, para a ementa.

Bom fim de semana!

Um beijo.

Alien8 disse...

Wind,

Na resposta à Justine encontras alguma informação.

De resto, posso garantir-te que é um bife excelente!

Beijos, bom fim de semana.

Alien8 disse...

Arabica,

Agradeço a cerveja, como alternativa ao Mouchão de 98, para quem prefira uma bebida mais fresquinha.

Com este bife, voltei às "receitas de vez em quando", e parece que a escolha, embora simples, não foi má. Aliás, quem me dera agora aqui um desses bifinhos... :)

Sem dúvida que contamos com a Lizzie para a lavagem dos pratos (depois de comer e beber!), sem avental mas com flamenco, coño! :)

Um beijo e um bom fim de semana.

Alien8 disse...

Arabica,

(à parte, como é devido):

Muito obrigado pelo olho azul! Como de costume, passo a todos os leitores do blog, que todos o merecem.

Abraço.

Alien8 disse...

Lola,

Combinado! :)

Agradeço a sobremesa, que vai direitinha para a ementa, pois claro!

Um beijinho.

Lola disse...

Alien,

E o Mokachino não é uma sobremesa, mas um café mais arrebicado que o costume :)))

Deixo um pratinho de arroz doce e a MJF vai adorar :)))


Arroz doce

6 Gemas
Canela
Casca de limão
1Lt Leite
água
1 caneca de arroz carolino
1 colher de manteiga
+-350gr açucar
Cozer uma caneca de arroz em 3 ou 4 de água. Quando o arroz estiver bem cozido junta-se o leite, a manteiga, as cascas de limão e deixa-se ferver, deitando-se depois o açucar. Tira-se do lume, junta-se um pouco de leite às gemas e adiciona-se depois tudo ao arroz. Pôe-se numa travessa e enfeita-se com canela moida.

Beijos grandes

Alien David Sousa disse...

Maninho, o raio do bife tem mesmo bom aspecto! Tu és o meu orgulho.
Beijinhos alienígenas

uf! disse...

Sugiro que o jantar seja marcado para dia 23 deste mês e aqui deixo uma sugestão de aperitivo.

uf! disse...

Alien, desculpe o bis mas vi agora que o outro link acaba por não ser muito legível, de tão ampliado (pelo menos no meu pc).
Aqui fica então novamente a sugestão para um aperitivo, dia 23, às 19h (7h p.m.), no grnade auditório da Gulbenkian. Pedro Gomes, um jovem que promete dar que falar (já, dá, aliás!)

Lizzie disse...

Com que então à espera da criadagem?

É assim que se recebe uma resuscitada? Onde é que já se viu uma pessoa sair desse sacro estado de defunta dispneica e botar-se logo a lavar a loiça? Ainda por cima sem avental.
Olha se me cai uma nódoa de manteiga nas brancas vestes

(segundo as tendências funerárias outono-inverno aconselha-se o branco para voltar à vida, o preto é mais para os espectadores e acompanhantes).

A acontecer tal coisa tenho que usar tira-nódoas. Como sou alérgica a sprays, é provável que morra outra vez, coisa que não me está especialmente a apetecer.

Mas claro que dançarei flamenco depois de ir buscar forças ao bife (mas muito bem passado sem vestígios de vida, ou seja de sangue)e de devorar as batatas fritas todinhas, que também podem levar limão. Não lhes faz mal nenhum.

Mas entre o bife e as deliciosas sobremesas, tragarei um Broncoliber retard antecedido por um Zithromax (que dos outros já não tenho)ambos com um pouco de água que diluírá o vinho acamado em ondas no estomago.

Quando chegar à esfrega da pesada frigideira e aproveitando o rumor do esfregão de palha de aço, entoarei e dançarei, com todo o gosto e voz rouca, um típico Cante de las Minas.

Intervalarei com um whisky do Kentuky ou Grant`s 12 ou 16 anos (que aqui onde me lês sou coerente na já idade vintage),ou um conhaque para tirar o gosto da inalação Salbutamol GP, depois de ter roubado amêndoas torradas.

Sugiro uma luz barroca conspirativa, de forma a nos realçar as nossas belezas naturais, a transparência e cor dos demais líquidos, bem como o fumegar e os ocres e sépias da comida.

Tudo isto em sala acolhedora sem reposteiros com ácaros em hora de ponta. Mesa Toledana de madeira e sofás orelhudos.Chaise-long pour moi, que o flamenco cansa as pernas e cada vez que ressuscito renasço um bocado com manias de diva (não é divã, é Diva propriamente dita).

"Jamé" quadros com cenas de caça ou múmias nas paredes.

Apesar das metamorfoses anímicas, não mudarei de forma às doze badaladas. Os chinelos continuarão chinelos e eu morena.

Comamos pois.

Grande abraço vezes dois, por supoesto no? Coño, qué hambrienta estoy...

Vále!

Lizzie disse...

e, já agora, façam o favor de deixar a porta do jardim aberta que o ar nunca matou ninguém.

Alien8 disse...

Lola,

Obrigado, o arroz doce já lá canta :)

Beijinhos.

Alien8 disse...

ManaDS,

Bom proveito :)

Não há maior orgulho do que ser o teu orgulho (toma lá esta!:)

Beijinhos.

Alien8 disse...

Uf!,

Muito obrigado pelo aperitivo! Infelizmente, tenho nesse dia a inauguração de um espaço gastronómico-cultural, ou coisa assim, de uma amiga.

O Pedro Gomes nunca vi ao vivo. O Sequeira Costa já.

Um abraço.

Alien8 disse...

Lizzie,

Se o ar nunca matou ninguém, como explicas a famosa expressão "foi um ar que lhe deu?" :))))

Vais desculpar-me, mas não me atrevo a pôr na ementa a tua medicação... ainda dava efeitos quiçá indesejados...:)

Os líquidos, esses sim, muito vintage, como convém!

O ambiente, décor e etc. estão totalmente aprovados, só não garanto que arranje a chaise-longue. Que tal uma chaise-courte? :)

Enganas-te se pensas que esperamos a criadagem (mesmo assim registo e agradeço a disponibilidade!). Na verdade, a coisa deve ser lida ao contrário: esperamos a arte, que no caso incluiria um happening de flamenco cum demonstração polifacetada de aplicações práticas da dança e eliminação de resíduos incómodos por via... hmmm... terpsicórica :)

Comamos, pois! Não sei a quem meter o vale, mas pronto, também fica :)

Um abraço dos dois.

bettips disse...

Fica-se a salivar... tal arte barroca e dos media com quem me dou! e derivados, amigos e convidados, de boas índoles... sem escutas só risinhos de divã.
E fiquei a saber que o tais de bife lisboeta, já vem de longe!.
Li algures "duma espécie de café quase", olha que tu dize à gente do norte, não vá irmo-nos aí abaixo e sem o saber...
Abraço à Lola-doce - estou vai não vai para fazer um post com os gatos das minhas férias, dedicado a mim e aos amantes de tais bichos, neste ponto entre eleições em que só me apetece miar...
Nós aqui temos um gajeiro que é pior que goma, sem ofensa à minha querida Arábica! Olá Vanda!
Bjinhos

Alien8 disse...

Bettips,

A ideia é mesmo essa :)

No Norte ou no Sul.

Ficamos atentos ao post dos gatos, evidentemente...

A Lola agradece a doçura e manda um beijinho. E outro mando eu.

Bom apetite! :)

Arábica disse...

:))

desmaiada em chaise longue venho eu já, que isto de começar o ano lectivo com 50 saudações ao sol, não é para menos! :))E como é longue dá para todos os que se atraverem no flamenco e para os que ficam a ver :) e para a Lizzie e Lola, a quem desde já agradeço o café mais arrebicado e o grants vintage, a fazer juz à sua fama. Ou a fama que vem de longe é de outro que não deste? ;)


E venha o Mouchão tão bem lembrado pela MJF que o sol já se pôs e já deu lugar a esta chuva e noites frescas.


Seja galego ou napolitano o Senhor Marrare, brindo ao seu bom gosto e criatividade gastronomica, que o bifito é de comer e chorar por mais :)) E a ti também, claro, com as devidas vénias!

Olá Bettips :)

Abraço e beijos de uma arábica a precisar de cafeína extra :)

Alberto Oliveira disse...

... para esta opípara refeição faço-me simplesmente convidado. Se a falta de tempo para preparar uma sobremesa pode servir de argumento, arranjo sempre algum (tempo) para dar ao dente. E em tão agradável companhia nunca se pode dizer não...

Sorrisos rasgados e abraço.

Lizzie disse...

Alien:

Vou responder por itens que hoje acordei esquemática!

a-)Essa do ar que lhe deu é coisa de continental. Na terra insular do meu avô muito estranjeiro, abrem-se portas e janelas para ressuscitar pessoas e outros bichos.Eu própria me costumo ressuscitar assim.
Agora pegando na deixa da Bettips Felina, acredito que se uma mortal estiver ao pé de certos protagonistas da campanha eleitoral morra de halitose tal é o contágio da infecção das ideias.

b-)os medicamentos são só para mim. Mas, como apesar de estar Diva sou generosa, sempre posso dispensar alguns Ben-U-Ron de venda livre em farmácias. Klassids é que só tenho 3 mas se algum dos comensais for médico e passar receita, também os dispenso embora não cheguem para uma medicação equilibrada.

c-)Como é que uma criatura estica as pernas numa chaise-courte? Sou pequena mas não exageremos.
Além disso fico melhor composta numa longue que combinará melhor com boquilha longue-íssima e um lenço de cambraia na ponta dos dedos para qualquer comoção que me surja.

d-)Com certeza que no contexto performativo em questão se aplica de forma inequívoca e redundante o conceito estruturalizante de posicionamento do corpo numa unidade representativa comunemente, mas não isenta da necessidade de aprofundamento, chamada de happening-flamenco na sua versão mais interiorizada desta envolvência, mais abrangente, familio-social.
Repare-se no eixo pés-frigideira-esfregão e como se pontuam os gestos no espaço através de pequenas exalações espasmódicas chamadas tosse na linguagem popular.
A autora faz, assim, a ligação visceral primitiva à contextualização escorregadia, diga-se, da manteiga tendo como suporte instrumental o bife.

e-)Tens que voltar a ler as lições de Acrílico Compacto Branco em relação aos óculos: está escrito
valÉ e não vale.
Ou mudas de óculos ou ainda vês lá escrito letras, livranças e cheques, multibanco e visa.

Acabei.

Grande abraço para vocês

(vocÊs e não voces, ou seja vozes em castelhano)

uf! disse...

Bem, caro Alien, nesse caso, restam-lhe duas hipóteses:
a) Ir «ouver» o Pedro no dia 22, quinta-feira.
b) Arrepender-se para o resto da vida
:-))))
Desculpe-me a desconversa - é que eu sou muito pouco bifes, cada vez menos bifes...
Mas olhe, fiz hoje uma sobremesa que talvez não assentasse mal:
Marmelos cortados aos bocados e cozidos em água, com umas colheritas de açúcar (é ao gosto d@s convivas), raspas de casca de limão, laranja e lima, canela, sementes de coentros, de salsa e de mostarda, grãos de pimenta branca e um cravinho da índia.
Eu cá gosto
;-)

uf! disse...

Nota: à falta de marmelos, usei gamboas, que é o que tenho na horta; são um pouco menos ácidas que os marmelos - mas até há quem as prefira. Aqui estão elas.
Desta feita, não usei as sementes de salsa (esqueci-me) e deitei 3 cravinhos.

Alien8 disse...

Arabica,

50 saudações ao sol? Pronto, está bem... :) Mas depois não te queixes...

A chaise longue dará para tanta gente cansada? Logo se verá.

Brindo contigo (e com o Mouchão) ao Sr. Marrare e homenageio-o atirando-me a um bife à sua maneira.

E retribuo o teu brinde, também, pois então? :)

Dá-lhe na cafeína! Um abraço.

Alien8 disse...

Legível,

Estás feito convidado. Assim é que deve ser.

E agradeço o tempo que arranjaste :)

Um abraço.

Alien8 disse...

Lizzie,

a) Eu também sou assim, quando chove e faz muito frio abro logo as janelas todas :P

b) Agradecemos a boa-vontade! Eu cá, passo. Não receitas. Passo apenas :)

c) Bem visto. Seja então a chaise-longue. Acho que a mereces :)

d) Hein????? Não percebi o vértice de uma haste de uma unidade de gado taurino, mas gostei bastante :) Se calhar percebi e não dei por isso... Ah, Lizzie, se dançares como escreves, não quero perder pitada!!!

e) Ora vejamos... deixa-me aqui fazer dois copy-paste, como se diz na terra do teu avô muito estrangeiro... é só um momentinho...
1. "está escrito valÉ e não vale"
2. "Vále!" Et voilá.

Ora bem, assim não vale! (nada de homofonias em relação à frase supra, por favor... não sei se me faço entender...).

Quem é que tem de reler as lições do mestre Acrílico? Quem é que precisa de mudar de óculos? A lo mejor, los dos! :) Se bem que essa visão de letras, livranças e cheques, multibanco e visa. não fosse pior que a tal halitose de que tanto se fala...

Os voces mandam-te um grande abraço! :)

Alien8 disse...

Uf!,

a) e b) 22 é uma quinta feira... hmmm... mesmo assim, talvez possa evitar tanto arrependimento! Se não puder, acho que o moço ainda vai dar mais uns concertos, não?

c) Nem mesmo aquele excelente bife, carregado de referências multiculturais e de batatas fritas? Qué lástima! (Pegaram-me a mania do castelhano, e agora ninguém me cala!)

d) A sua sobremesa receberá as devidas honras. Muito obrigado, em nome de todos os comensais.

(Bem sei que não havia c) e d), mas viciei-me em alíneas, que se há-de fazer?)

Um abraço.

uf! disse...

e) O moço já está de mala e cuia (salvo seja)em Londres, a estudar com Dmitri Alexeev. Deu-se ao luxo de escolher entre várias das mais conceituadas escolas de música, a nível mundial (foi aceite em todas aquelas em que apresentou candidatura, prestando provas, segundo julgo saber).
Talvez em breve comece a ser mais fácil «ouvê-lo» no Mezzo :-)

uf! disse...

post scriptum: não tenho nada contra o CR...
porque não gosto de futebol. Mas não entendo porque é que tanta gente fala dele e diz ter orgulho nele.
Já agora, não querendo abusar da sua paciência, sabe dizer-me quantos golos é que ele já marcou por Portugal? (Sou mesmo ignorante...)
E si, confesso, intelectual e fisicamente o Pedro faz muito mais o meu género...
:-))))

uf! disse...

eu escrevi «si»? coño, isto pega-se!
:-))))

Lizzie disse...

Senhores que me sois prezados:

Oh que desditoso destino o meu, má fortuna, que chegada a terras de Castela logo outra cousa não faço que parlamentar junto dos castelhanos senhores.

Ali lhes digo, com tantas palavras perdidas, não ser costume nem obrigação dos lusos mancebos ter como prática levar as mãos às suas vergonhas como é uso em Cristiano, o Ronaldo, das vésperas às matinas e das matinas às vésperas mesmo quando é de cavalgar nos torneios dos verdes prados.

Será tal desaforo fruto do temor que por taurinas em forma, ao terreiro lhe caiam como fruto apodrecido?

Será por sofrer do mal das Índias?

Será que com tanto afã as segura por terem elas ideia de partir em peregrinação de pureza para terras de Santiago de Compostela?

Já todos os cronistas do Reino dedicam prosa e todos os bobos mofam ao vício.

Oh, Senhores como me pesa esta embaixada que já troam nos castelos as trompas para que Aljubarrota seja tomada tal são as suas vergonhas ofensivas e por despeito tidas.

Valha aos lusos a prudência avisada que Luiz, o Figo por aquelas terras deixou.

Deixai-me, aqui sentada neste penhasco e enquanto a montada se sacia na pura fonte de Vidago, tomar de alimento estes marmelos servidos na vossa pousada.

Já as trombetas dão ordem de andança, Senhores.

Oh que ínvios são os desígnios dos deuses!


Ficai-vos em paz e que em mim não seja parca.

uf! disse...

Lizzie
(Pedoai Alien, se a ela me dirijo directamente, nos Vossos - de Vossa Senhoria e não de VossaS SenhoriaS- aposentos).
De olhos lacrimejantes procuro encontrar as teclas no salpicado teclado. Pois que há muito não ria com tão bom gosto. Graças a Vós, Lizzie, entro sorridente neste fim-de-semana que adivinho de angústias - então não é que o Macário aparece bem colocado nas sondagens?! Se eu acabo por votar PS nas autárquicas, nunca mais como perninhas de rã (e se não votar PS também nunca mais como).

Mas preparai-vos, ó doce Lizzie: é que ontem ouvi eu esse mesmo CR... a grunhir, digo, cantar em castelhano!!! Só espero que não tenhais de ser confrontada com tal tortura!

Alien8 disse...

Uf!,

22 golos em 64 jogos. Tive que ir ver ao site da FPF. Lá por gostar de futebol, não se segue que tenha as estatísticas na cabecinha... :)

Confesso que não sou apreciador do Ronaldo, excepto enquanto futebolista. Também me parece que podia ter feito muito mais pela Selecção do que aquilo que já fez...

Creio que entende muito bem porque é que as pessoas admiram o CR e não o Pedro (ou outros): O futebol é mais visível e mais acessível do que a música chamada clássica. Pelas mesmas razões, o Tony Carreira é muito mais popular que a Maria João Pires...

E, tocando ao de leve na sua resposta à Lizzie, digamos que o PS é mais "popular" do que, digamos, o MRPP, o POUS ou até mesmo o Bloco:)

Ah, também tive a pouca sorte de ter ouvido o CR a grunhir "Amor mio", foi assim mesmo que lhe saíu. Azares!

Finalmente, permita-me que lhe diga que comparar o Pedro ao CR é o mesmo que comparar um bife à Marrare a um qualquer tofu. (Desta talvez não vá gostar, mas é o que se me afigura :)

Pega-se. pois!

Bom fim de semana!

Alien8 disse...

Lizzie,

Faço minhas as justíssimas palavras da UF!, coño! E apenas acrescento, por uma elementar questão de justiça, que os figos já cá estavam, trazidos pela Justine :)

Bom fim de semana.

Um beijo (apesar das gripes...)

uf! disse...

:-)
Dos anarquistas, então, nem se fala - e quando se fala é para deturpar. Por isso lá vou votando bloco, até ao lavar dos cestos. Já decidi: não voto mesmo PS e, se o Macário Correia ganhar, emigro - quem votar nele que o ature. Agora se ele tentar estragar ainda mais a Ria Formosa... Ai! Vou-me a ele!

Fiquei baralhada com a comparação. É que, no primeiro caso, prefiro o primeiro factor (o Pedro) mas no segundo prefiro o segundo elemento (um qualquer tofu).
Permita, porém, que lhe explique porque me ocorreu a comparação: É que ainda não consegui entender isso de «Portugal» se orgulhar do CR. Não entendi as manifestações de apoio, as idas a Madrid... Não entendi, não entendo, mas gostava de entender. Assim, tento estabelecer um paralelo entre o orgulho que sinto por «termos» um «Pedro» e o que outros sentem em «terem» um CR. Mas mesmo assim, não chego lá. E não chego lá porque eu só me orgulho das coisas para que contribuo e não contribui em nada para que o Pedro chegasse onde chegou. O mérito é dele, da família, dos professores e professoras, dos amigos e amigas e, eventualmente, dos vizinhos, que não lhe fizeram a vida negra por o ouvir tocar, ao contrário de um outro caso que eu cá sei...
Sinto alegria, por ele; sinto alegria porque sempre me é mais próximo do que um qualquer jovem americano; fico aliviada por ver que há uma boa parte do percurso musical que já pode ser feita em Portugal - e irrita-me, claro, que, para continuar, tenham de ir para longe - ainda que reconheça que esse afastamento faz crescer.

Obrigada pela informação em relação aos golos. A ignorância é muito atrevida e eu estava convencida de que ele nunca marcara, integrado na selecção nacional. Estava a ser injusta...

Quanto à visibilidade e à acessibilidade da música erudita ou do Tony, ou do futebol ou do CR, creio que não passa só por aí; é uma questão de prioridades dos sucessivos governos, das sucessivas presidências de câmara - e nisso, não lhes perdoo. É também um problema de educação (opções curriculares)-mas esse incluo-o na culpa dos governos.
Não querendo fazer a apologia da felizmente desaparecida RDA, eu tive oportunidade de ver a importância que as opções governamentais têm para mudar esse estado de coisas. Lá, os Tony e os CR passariam tão desapercebidos quanto eu,na Fonte da Telha, em pleno Agosto. :-)

mar disse...

Só passei para deixar um beijo, e desejar a ti e a todo o pessoal q aqui passa, um bom fim de semana

Emma Larbos disse...

Alien,

Dada a minha condição de vegetariana, era, por favor, apenas um pouco de
Mokachino seguido de um desses apetitosos marmelos!

Arábica disse...

Alien,

passo para a prova das novas sobremesas, com ou sem sementes, que isso não é factor decisivo, na gula e no apetite :)

Também deixo aqui registada a minha tristeza por há dois dias não conseguir entrar em tão requintada e multifacetada sala, embora desconfie que é fruto do "servidor" querer ficar com tudo para ele! É um malandro este "servidor"!! :) E guloso, ainda por cima!

Nos mesmos dias do Pedro na Gulbenkian, há no Campo Pequeno o espectáculo Três Cantos, dos, José Mário Branco, Sérgio Godinho e Fausto, que vêm de um tempo de muito longe, mas que a ler pelos comentários da Uf! e pelas sondagens do "para hoje" não me parece tão longínquo assim! :)
Vou lá estar, claro! :)

Ai Ria Formosa!
Ai sacos do meu País!
Sacos, atenção que não escrevi saques!;)

Também sinto alegria pelo Pedro Gomes. Quanto a CR já todos devem saber que não entra nos meus gostos, nem como aperitivo nem mesmo como sobremesa :)) ou simplesmente posto sobre a mesa :-D
E pela crónica bem humorada da Lizzie, ímpossivel pensar nele como pastilha elástica!! :-D

Rrrrreccc :))

Abraços e votos de bom domingo a todos. Com água Vidago, que sempre ajuda a digestões dificeis!!

:))

uf! disse...

Bem, mesmo quem queira ir ouvir os três cantos nas DUAS noites, ainda tem possibilidade de ouvir o Pedro Gomes no concerto das 19h - felizmente, gulbenkian e campo pequeno ficam perto.
:-)))
Mas também acredito que quem for ver os três cantos nas duas noites não esteja interessado em ouvir, também, o Pedro.
Eu, por acaso, só vou ao Pedro. Se me permitem o desabafo, acho que os outros, para cantores de esquerda, estão a cobrar muito pelos bilhetes!
Há coisas com que não pactuo, mas isso sou eu, que sou torta que nem uma figueira!
:-)))
Bom resto de domingo e bons concertos, que eu vou ver se me conserto
;-)

Alien8 disse...

Uf!,

Não se fala dos anarquistas porque eles não se organizam num partido, movimento, associação, clube de futebol ou qualquer outra entidade com direito a tempo de antena. Por outro lado, se conseguissem organizar-se, deixariam de ser anarquistas, não é verdade? :)

A comparação... eu bem avisei que não lhe iria agradar. Foi mesmo um bocado provocatória (no bom sentido :), porque me palpitou (e bem!) que era apreciadora de tofu. Ora eu, nem vê-lo :) Por isso... etc...

Já a questão do "orgulho" (até poderia dizer do "culto") a CR e Cª. ultrapassa claramente as nossas fronteiras. Veja, por exemplo, o Beckham em Inglaterra, o Messi na Argentina, o Ronaldinho no Brasil, o Zidane em França, o Cannavarro em Itália, o Raul em Espanha... Portanto, não são só os (nossos sucessivos) governos e as respectivas políticas educativas e culturais a provocar os fenómenos da visibilidade e da acessibilidade do CR ou do Tony. Se calhar, temos que ir aos interesses económicos instalados e à lógica de funcionamento do mercado, já que é muito mais fácil vender o fácil... ou seja, os ditos CR e Tony... do que o Pedro Gomes ou a Maria João Pires, que requerem outro tipo de educação e sensibilidade. Se assim não fosse, o anúncio do BES teria Prokofiev em fundo musical :)

Daí que ache muito pertinente a sua observação/constatação relativa à ex-RDA.

Atrevo-me a dizer que, embora diga que não "compreende", as suas palavras mostram que compreende perfeitamente o fenómeno - mas não o entende! Ora, eu estou precisamente na mesma situação! :)


Nada disto me faz, no entanto, deixar de gostar de futebol e de apreciar o CR como grande jogador que é. Já agora, 22 golos em 64 jogos, para um extremo, já que ele não é ponta de lança, é bastante bom. Mas é facto que fez muito melhor no Manchester United. Até foi o melhor goleador da Europa. Daí até ao "orgulho", às romarias a Espanha ou às manifestações de apoio vai uma distância que não transponho nem à lei da bala. :)

Boas eleições!

Alien8 disse...

Mar,

Obrigado pela passagem. Um beijo - e não hesites em servir-te :)

Alien8 disse...

Emma Larbos,

O que quiseres! Isto aqui é à vontade do visitante.

Alien8 disse...

Arabica,

Maldito servidor! Mas lá conseguiste aparecer, ainda bem! E a lembrar outro espectáculo que merece ser visto. Por que é que haveriam de coincidir nas datas?

Um abraço e bom domingo para ti. E boas eleições também.

Alien8 disse...

Uf!,

Não estará a ser injusta de novo? Primeiro, não são os artistas que definem os preços dos espectáculos. Por vezes, nem sequer conseguem determinar os seus próprios "cachets". Segundo, os "cantores de esquerda" também têm que sobrteviver. E, se reparar bem, o anarquista Vitorino não vende nada que se compare ao Marco Paulo (para não falar outra vez no tal..) - e bem mereceria vender!

Já que falo em artistas, aproveito para gabar a sorte de quem não teve ou tem os vizinhos à perna. Adivinho que se refira à famosa cantora do anho :). Será que acertei?

Abaixo o Macário! (Espero..).

uf! disse...

:-)
As minhas desculpas, sinceras, a si, aos cantores de esquerda e até à Arábica, que simpaticamente veio anunciar os 3 cantos. Hoje é, de facto, dia não. Já votei... e não gostei. Estou mesmo desesperada com a ausência de valores (em todo o sentido) na política e, como sou touro, toca de escoicear para todo o lado :-)
Sim, os cantores de esquerda têm de sobreviver e, de preferência, viver.Quanto ao cachet, não os ultrapassa assim tanto, mas não o dominam completamente. Mas também é verdade que as autarquias pagam mais depressa milhares pelos Marcos do que centenas pelos Pedros. Mas custa saber que um Pedro tem de passar umas 6h por dia ao piano e os marcos nem tanto...

Eu sei que em alguns outros países o cenário é idêntico; parece-me, sublinho, parece-me (porque a minha ignorância nesta área é vergonhosa) que nos países nórdicos não é bem assim. Mas sim, sei da existência de uma indústria de desinformação e sinto a sua eficácia diariamente.

o Beckham em Inglaterra, o Ronaldinho no Brasil, o Zidane em França... até eu já ouvi falar; mas os outros que referiu não conheço. Mas com o mal dos outros posso eu bem; gostava era que aqui não fosse assim. Até ao lavar dos cestos, sempre sou portuguesa...

Não, não me referia à cantora do anho. Os vizinhos dessa têm a sorte de ela viver numa moradia com paredes com 70cm de pedra e cal e janelas com vidros duplos e portadas de madeira, que são um espectáculo a isolar acusticamente, rodeada de 3000m2 de terreno com árvores, que dão o retoque final no isolamento.
:-)))

Falava de uma excelente pianista minha amiga.

Bem, receio que esteja a chegar o momento de eu emigrar (como prometi fazer, se o Macário ganhar...)
Vou tomar um calmante para ouvir os resultados...
Bom resto de domingo e... desculpem qualquer coisinha
;-)))

Lizzie disse...

Pronto já cheguei e com um protesto:

PORQUE É QUE NINGUÉM SE LEMBRA DE PÂO E AZEITONAS ANTES DO BIFE?

uf! disse...

Pois é...
sugestão:
fazer o pão na máquina, com farinha comprada no lidl (eu uso a que tem sementes de girassol e acrescento sementes de linhaça, de papoula e de sésamo) e acrescentar-lhe azeitonas pretas e dentes de alho apicados grosseiramente e orégãos.
Eu já testei e gostei.
Acompanha bem com tinto Versátil (Casa de Santa Vitória), conserva de cenouras e queijos de pasta mole ou meia cura

Alien8 disse...

Uf!

Lamento, lamento mesmo muito. Não emigre, em todo o caso, porque faz cá falta.

Gostei de a ouvir dizer que é portuguesa até ao fim. Eu também. Nem toda a gente tem essa postura.

Passando a coisas mais leves, ainda bem que não se trata da cantora do anho, que tem condições realmente invejáveis para o exercício da sua arte:) Pena que a vítima seja uma excelente pianista...

O seu pão vai para o devido lugar.

E volto ao mesmo: Abaixo o Macário!

Um abraço.

Alien8 disse...

Lizzie,

Lembras-te tu! :) E com maiúsculas!

Eu já lá ponho esses elementos imprescindíveis. Por acaso, gosto de começar uma refeição com pão e azeitonas - ou mesmo só azeitonas, para não encher demais a barriga :)

Um abraço.

Lizzie disse...

Alien:

adoro azeitonas, peixinhos da horta...

Deixa-me só dizer à Uf que não são só os países nórdicos a fugir a esta miséria cultural.
Talvez o país que mais vi fugir foi (foram), os EUA,sobretudo os estados do norte e agora a Espanha que lhe está a copiar o modelo.

E não se funciona por exclusão de partes: a mesma pessoa que adora o x do basebol também pode ir ver um concerto.

Quanto a ir para o estrangeiro, mesmo que Portugal fosse um paraíso cheio de fontes culturais, eu defendia que se deve ir quando se pode. As artes e as ciências não têm fronteiras e, eventualmente, este pode deixar de ser o "seu" país exclusivo.

Olhando para os autarcas da minha morada, a única coisa que vejo é uma feira de vaidades.Já percebi que não existe filosofia política de base.É tudo um jogo de interesses pessoais.

Enfim, salve-se o pão e o vinho, pues claro!

Alien8 disse...

Lizzie,

Peixinhos da horta, yum :)

Eu cá sou um cidadão do Mundo :)

Mas sobretudo de Portugal. Voltei sempre... por alguma razão.

Pues claro!

Arábica disse...

:O Peixinhos da Horta!!!! Coisa boa!! ;Ç) (não digam a ninguém mas esta carinha sou eu a lamber-me só de pensar no petisco) :)

E viva o pão e as azeitonas, que também gosto!

Como acho que já estava a abusar (comendo de tudo e só tendo trazido uma cerveja logo no inicio) trago uma "caixinha" de Petits Fours de Coco, que é a minha gulodice preferida neste Outono-Inverno :))

Ingredientes
1 1/2 xícara(s) de chá de açúcar
250 gr de coco ralado(s)
2 colheres de sopa de farinha de trigo
1 gota de essência de baunilha
5 ovos

Preparo
Misture o açúcar com o côco e a farinha. Adicione a baunilha e junte os ovos mexidos. Depois de tudo bem envolvido, deixe repousar por 15 minutos.
Unte as fôrmas com manteiga e farinha. Coloque a massa num saco de confeitar e disponha-a sobre as fôrmas, fazendo pequenos bolinhos. Leve ao forno bem quente e deixe assar até ficarem bem douradinhos. Assim que estiverem mornos, retire-os da fôrma.

A receita encontrada diz ainda que se devem guardar em potes bem fechados :)) mas...espero que não sobre nenhum!! :)

(Como penso que as frutas cristalizadas são uma overdose de açúcar, retirei as mesmas)

Quanto ao espectáculo Três Cantos, há (ou houve) bilhetes desde os 12.50€.

Desiludida com a escolha de Faro e ainda mais com a escolha de Oeiras, que ainda não consigo traduzir. Cidadãs e cidadãos do mundo, parece-me bem, que saudades de viajar!

Abraço

Ps- Alien, entretanto antes de sair
passo com o aspirador, ok? ;))

Alien8 disse...

Arabica,

Esta ementa nunca mais acaba! E ainda bem. Há para todos os gostos. Por falar nisso, confesso que gosto de frutas cristalizadas, eu que nem sou muito de doces. Excepto, claro, os "petits fours" de coco :)

Desiludida? Pois... que se há-de fazer? Pelo menos a Fátima foi à vida... isso é que me surpreendeu.

Obrigado pela sugestão e receita - e pela aspiração :)))

Um abraço.

Arábica disse...

:) "oh pá" e fui eu retirar da receita a cereja em calda e o pedacinho de casca de laranja!
Que infeliz ideia a minha! Mil perdões, volta-se a repor a receita original! :))

Beijos :)

uf! disse...

eu vi esses mais baratos mas (desculpem-me o sacrilégio) eu acho que esses, pela localização, nem deviam ser vendidos.
Eu sou cota e não há nada a fazer...
:-((
para mim, espectáculo de cantorias ao vivo só se justifica se conseguir ver a expressão de quem canta - e como sou míope...
:-((
Já vai longe o tempo em que ia às 18 ou 19 horas para a bicha do coliseu para apanhar um bom lugar.
Agora, ou consigo arranjar/pagar para a primeira plateia, ou não vou.
(perde-se uma parte boa do convívio que há na geral e nos balcões, eu sei, mas fazer o k?)

Bem, mas o que eu queria mesmo dizer é que acho que não ficou claro que as azeitonas, os alhos e os orégãos são envolvidos na massa do pão antes de esta começar a levedar.

Quanto ao Macário, o que me custa é que houve gente de uma esquerda liberal que votou nele, farta do marasmo a que o PS tem votado a cidade e arredores... As pessoas já se esqueceram que o PSd não fez melhor.
As pessoas esquecem-se (e contra mim falo)de que não basta um presidente de câmara para que as coisas aconteçam. A cidade faz-se com as pessoas (também) e não (só) com os dirigentes autárquicos. Faro descaracterizou-se - tem-se vindo a descaracterizar há muito. Despiu-se de farenses e ficou entregue aos autarcas do betão.(Quando me começam a falar mal dos algarvios, em Faro, peço que me apontem exemplos e nunca estes recaem sobre nativos...). Há gente que veio de fora e se afeiçoou à cidade mas a maioria está de passagem...
lá estou eu nas lamentações...
desculpem; mais uns dias e isto passa. Em breve estarei a protestar só por causa das iluminações de natal
:-)))

Alien8 disse...

Arabica,

Grato pela atenção :)))

Não havia nexexidade... :)

Alien8 disse...

Uf!,

Confesso que também aprecio a minha comodidade quando vejo um espectáculo. Faz parte do gozo :)

Sobre Faro e o Macário e etc., é como diz, excatamente como diz :(

E se fosse só Faro...

Bom, vamos esperar pelo Natal :)))

vieira calado disse...

Muito bela a sua gravura!

Quanto ao bife...

é bom de certeza...

acompanhado dum bom vinho!


Cumprimentos meus

Lizzie disse...

Para já o meu comportamento outono/inverno (não sei para onde coño emigrou o outono) anda com linhas de delinquência: já roubei amêndoas torradas e agora, é só distraírem-se um bocadinho e os petits fours serão confeccionados com fantasma de coco.

Muitas vezes fico com o paladar grávido de bolinhos de coco com limão e gengibre, adoçados só com uma sugestão de melaço de cana. Não sei fazer porque sou sempre corrida da cozinha, tal é o meu préstimo em tal santificada divisão.
Qualquer dia ganho o Óscar de melhor actriz ao representar o desgosto que tal exclusão me dá.

Por acaso tenho aqui ainda alguns. Se alguém quiser meta a mão no ecrã e talvez cá chegue. Os primeiros cinco serão ainda presenteados com uma chávena de chá tigre da colheita dos Himalaias, bebida que cura desde os cálculos renais à espinhela caída passando pela seborreia capilar.

E Alien, pois eu volto por responsabilidades que tenho. Não é por ter nascido e ter passado a infãncia e a adolescência aqui que me sinto mais ligada. Acho que cada um é do sítio onde vive e vê viver mais.
Mas claro que tudo isto é relativo e, nisto, a minha genética terá um certo peso na fuga.

E faz-me impressão toda esta passividade. Todo este encomendar da vontade a um pai. Não faz mal que não tenha caractér mas o importante é que "tome conta de nós...". de preferência com autoridade. A falta de autoridade é considerada fraqueza.

Em Madrid, o alcaide quis modificar o Passeo Del Prado. Propaganda. Mais propaganda.
E manifestações de milhares e milhares de madrilenos de todos os quadrantes políticos, lado a lado.

Deixou esfriar a coisa. Voltou à carga. Mais milhares e milhares na rua.
Não foi feito.

O mesmo se passou em Boston com um pequeno cais de mercadorias onde desembarcavam os escravos fugitivos do sul.Não foi demolido, foi restaurado e dignificado.

Enfim.

Alien8 disse...

Vieira Calado,

Grato pela sua participação no repasto e pelo vinho.

A gravura é de autor não identificado. Infelizmente, porque bem mereceria o crédito.

Cumprimentos.

Alien8 disse...

Lizzie,

Por acaso sou apreciador de coco... mas não consegui deitar a mão a nada. Pergunto-me se alguém se me antecipou - ou mesmo se te arrependeste da oferta em nome da gulodice :)

Quanto às voltas e não voltas, cada um tem a sua história. Eu nunca voltei por obrigação. Fi-lo sempre por opção, porque é aqui que gosto mais de estar - sem esquecer o muito bom que passei noutros países, e ainda foram alguns...

A passividade, creio eu, é cíclica, e tem a ver, possivelmente, com as condições históricas, políticas, económicas (e outras) do momento. Aqui neste país, nem sempre fomos passivos. Pelo menos uma boa parte das pessoas foi tudo menos passiva. Ainda hoje, embora pontualmente, se pode notar o inconformismo e a acção. Não é só em Espanha ou nos Estados Unidos.

Já que falas nos EUA, e para me fazer entender melhor, lembro-te que os norte-americanos elegeram um presidente como Bush e, após 4 anos - 4 em que puderam constatar a "categoria" do homem e da sua política interna e externa, reelegeram-no para mais 4 anos!

Agora parece que acordaram e deram oportunidade a um presidente que nada tem a ver com o anterior. Nem ele, nem a mulher, que se recusou, em cerimónia pública, a dar o beijinho da praxe a Berlusconi (depois de o ter feito a várias outras personalidades) que, por diversas vezes, se tinha referido ao casal presidencial americano como "bronzeado". Tiro-lhe o chapéu por isso, e espero que o Obama venha a ter condições para lhe tirar o chapéu por outras coisas. Espero...

Um beijinho, que não sabe a coco sei lá porquê :)

Lizzie disse...

Alien:

vem uma criatura aqui para roubar mais um bocadinho de coco e só dá com o cabeçalho. Também não é precisa tanta segurança:))Agora só se fôr para rapar as formas.:)Volto outra vez que, embora não seja de doces, sou destes frutos. Até os marmelos crus já foram:)

Tens razão, mas parece-me, que os Bushes (provavelmente testas de ferro de interesses) fazem parte de um ciclo que se vai repetindo história fora.

Por aquilo de que me apercebi, as instituições americanas começaram numa onda de decadência, de falta de segurança. Quem é que se arriscava a andar na zona sul de Boston ou mesmo em algumas zonas de NY sem ser apanhado numa luta repentina de gangs (um colega meu "bronzeado" foi espancado e inutilizado por trabalhar numa companhia de brancos pelos próprios "irmãos")? E etc. que é matéria longa e complicada.

Nestas circunstâncias (económicas, sociais) os eleitores viram-se para a "ordem" conservadora, para os líderes com pulso de ferro. Foi o que aconteceu com o extremado Hitler, com todo o apoio da população alemã.

Em Espanha o Gonzalez deixou tudo a saque da corrupção, artes incluídas, um jogo obsceno entre futebol,construção civil e justiça.
Depois ganhou o Aznar com maioria absoluta, se bem me lembro. Pararam as "imunidades" e foi tudo ver o sol aos quadradinhos até que chegou a vez do governo dele fazer asneira da grossa. E deu-se o "passalo".
Agora há muita gente disposta a votar na direita outra vez. Pessoas que votavam ao centro ou à esquerda.

O que quero dizer é que chame-se ele Obama, o pregador, ou outro/a (pessoalmente preferia a menos aparelhada Hilary) qualquer, espero que se entre numa nova era, aprendendo com os maus resultados da hipocrisia dos anos 50 e com as também más consequências dos anos 60 e 70.
Mas enfim.

Agora ao lanche o que eu comia era uns boquerones por causa do calor. Ou então ratava nuns jaquinzinhos. Se não houver uma coisa nem outra, sei lá, um "copinho de tinto"...ou era branco?:)

Como é que se chamava a actriz que agora não se me alembra?

Beijinhos

Alien8 disse...

Lizzie,

É isso, é isso. O raio dos círculos (devia ter escrito das circunferências, mas que se lixe a Geometria).

Valham-nos os boquerones, os jaquinzinhos, as azeitonas, a saladinha de polvo, e não digo mais que já me está a dar a fome, mas parece-me que sempre vão diluindo algumas mágoas, os "nossos" excelentes petiscos.

Eram de branco, os copinhos, e eram dois. Também não me lembrava do nome dos actores, mas fui procurar: Teresa Gomes e Armando Machado protagonizaram essa cena n'"O Pai Tirano", com Ribeirinho (Chico), Leonor Maia (Tatão) e Villaret (a fazer de mudo!).

E pastelinhos de bacalhau, há? :)

uf! disse...

Ena, ena, que isto está animado!
Pois já que não há pastelinhos de bacalhau, podem ser também dois copinhos de branco; frequinho.

Voltava eu, para falar da «Pátria» e da «Mátria». Para dizer que também eu me considero, sobretudo, cidadã do mundo. Mas foi em Portugal, no sul de Portugal, que cresci, que fiz amizades, que descobri os cheiros, os gostos, que enchi os olhos de azul e de branco (no alentejo também, para as amizades, os cheiros e as cores). As minhas referências estão quase todas aqui, pelo que é aqui que me sinto protegida, é aqui que me sinto confortável e é aqui que me sinto com direito a combater o desconforto. Não sou mulher de fronteiras mas sou de hábitos e de afectos. Ousaria dizer que me senti melhor na Croácia (Zagreb e Split) do que me sinto... no Porto. Que me sinto melhor no Porto doque me senti... em Wolfsburg.Que prefiro voltar a Barcelona do que a Sevilha...
Não sei se há uma identidade Portuguesa, creio que são várias e de entre essas várias, há uma em que me revejo.
Isto tudo, porque comecei a pensar: e se Portugal fosse anexado por Espanha? Voltaria eu cá? Pois voltaria pelos peixinhos da horta e pelos pastéis de bacalhau, e pelo cheiro das laranjeiras e da maresia, e pelos amigos, e pelos locais carregados de memórias... mas se me desatassem a falar em andaluz, depressa e estridentemente, era mocinha para só vir de fim-de-semana... E aí iria dançar flamenco, intervalado com umas escovinhas do baile mandado
:-)
Sem ofensa, por favor :-)))

uf! disse...

esqueci-me do mais importante: Lizzie, andei para aí com uns problemas de figadeira mas a leitura dos seus comentários, pela certa, já me curou.
obrigada
:-)))

Alien8 disse...

Uf!,

Concordo totalmente, embora me tenha sentido muitíssimo bem no Porto durante alguns anos :) Mas é como diz. Cada um com as suas referências, preferências e sentências :)

Ah, e se teve problemas de figadeira, cuidado, que é do tofu! ;)

Lizzie disse...

Alien:

depois da torrada em pão de Mafra e do chá (mistura de várias Índias) english breakfast da marca Carrefour, que ainda é cedo para umas moelas estufadas, deixa-me agradecer-te a tua pesquisa dos nomes dos actores.

Ai o Ribeirinho e a sua Tatão...:)

Por acaso, há muitos anos, chamei Tatão a uma cadela arraçada de caniche que tive. Fazia lembrar:))
Só que eu era a única pessoa que conseguia pronunciar o ão. Coitadinha da Tatau!

Quanto ao Villaret, sem palavras!

Comprei em Boston, vê lá tu, vídeos daquele programa de televisão que ele teve. Legendados em inglês por uma senhora que era uma alta individualidade em literatura portuguesa.Agora não me lembro do nome todo mas era uma Sarah Jane qualquer coisa acabada em berg.

E deixa-me agradecer à Uf. Sabia lá eu que tinha poderes curativos telepático-informáticos ainda para mais a nível de figadeira. Se fosse a nível de artrose, de glicémia alta, sei lá,de mau estar naso-faríngico, refluxo esófagico após mosca na sopa, enfim ainda percebia,agora figadeira?:))

E acho que há uma identidade portuguesa, sim senhora. Ou melhor, duas.

Pessoalmente sou contra a "anexação" de Portugal a Espanha,embora viva nos dois países. Num estudo recente da Universidade de Salamanca chegaram à conclusão, imagine-se, que 70 e tal % dos portugueses queriam a junção por causa do nível de vida e do desenvolvimento.90 e tal% dos espanhóis são contra.
Sugestivo!

E eu gósto do Puerto, carago. Bou lá algumas bezes. Num sei, mas sãoie máis dinãmicos e mais alegres que os mouros. E come-se beim. E eu gosto de cantar "ai senhore de Matosinhos, oh senhora da boua hóra".
E lá faz outono mais depressa. Eu gosto do fresco e do berde do nuorte, carago!

Hoje ao almoço, apetecia-me um vinho carrascão da pipa!

"Vamos nisso!"

Arábica disse...

...pois não trago fome nem sede a esta hora, mas percebo bem o comentário da Uf! sobre Faro e os novos habitantes, que ela diz de passagem; talvez se passe agora com Faro o que nas décadas de 80 e 90 aconteceu com Lisboa. Segundo li ou ouvi, o mesmo se passou com o Porto. A fuga dos nascidos para periferias com melhores ofertas, uma vez que os preços das casas na cidade eram proibitivos. Ou mesmo para outros pontos mais afastados, agora que existem as As e as Creis :). Lisboa ao fim de semana, em muitos bairros, na década de 90, parecia uma cidade fantasma. Cenário que sempre me foi doloroso, porque acredito que o melhor que as cidades têm são as suas gentes, as suas artes, os movimentos de vida.
Depois, os que vieram, os que chegaram, demoraram muitos anos a criar raízes, a sentir-lhe a pulsão, a integrar-se, a dar-lhe vida. Muitos conheci que à 6ª à noite fugiam para a terra (a verdadeira terra deles). Foi talvez preciso dar tempo a que outra geração crescesse (a dos filhos) para que o enraizamento acontecesse. Julgo, espero não estar errada, que nestes últimos anos Lisboa ganhou mais vida. Mesmo no Inverno e mesmo ao domingo. Também acredito, que no que concerne ao poder local, não se pode culpar "PS" ou "PSD" de falta de desenvolvimento ou escolhas erradas. É aos homens com nome próprio que cabe a responsabilidade e a eles caberá mérito ou descrença. Embora hajam méritos que não se compreendem. :))
Ou se compreendam bem demais, à luz dos interesses a meia luz defendidos :))

É verdade, Uf! o local dos preços baixos no CP não é dos melhores, mas para quem tem que fazer uma gestão cuidada de um ordenado minimo (e há muitos portugueses e portuguesas nessa situação) talvez seja a única hipótese de estarem presentes e homenagearem daquela forma, as vozes que os acompanharam ao longo de uma vida.
Às vezes "estarem lá" é o mais importante. :)

E eu estou cá :)) e como já passa do meio dia vou-me às azeitonas e ao vinho do VCalado :)

Beijinhos

Arábica disse...

Ah! E aqui fica o aviso e o castigo: quem roubar o coco é logo de seguida, polvilhada/o de farinha branca de neve!! :) palavra de cozinheira :))

Indexação de Portugal? Coitado do AH que ainda salta da campa!!! :)

Alien8 disse...

Pués, Lizzie, os teus comentários até curam figadeiras, sim. A ti mesma talvez não, mas... ninguém é profeta em sua casa... em casa de ferreiro, espeto de pau... e não me ocorrem mais agora :)

Os vídeos, também os podes comprar cá, embora ache notável que sejam editados nos EUA.

Acerca desse estudo da Universidade de Salamanca... hmm... está a fazer-me lembrar algumas sondagens da Universidade Católica, pois está! Que os Espanhóis não queiram a junção até se percebe, embora tenham tentado a anexação por várias vezes e vias... mas aqui teria que, perante ti, que conheces Espanha muito melhor do que eu e até andas por lá a comer tapas às escondidas, que eu bem sei, teria, dizia eu, que me atrever a perguntar, não qual das "dos Españas", mas qual das várias Espanhas, já que, como sabes, eles não se entendem nem à lei da bala (literalmente). Catalães? Andaluzes? Castelhanos? Galegos? E já não falo dos Bascos...

Por outro lado, a boa gente do Norte de ambos os países (Galiza) talvez gostasse de se juntar, isso sim! No Porto e na Galiza, para encurtar razões, "está-se bem"! :) Noutros sítios também, mas agora não vêm ao caso.

Já 70% dos portugueses quererem a junção parece-me exageradíssimo, não só tendo em conta a História, mas sobretudo porque eu não estou nessa percentagem :)))

Apesar disso, sou daqueles que dizem sem qualquer problema que "os nossos irmãos" não são os brasileiros coisa nenhuma, são mesmo aqui os "nuestros hermanos", e mais nada!

Só uma notinha: se alguém anexasse alguém, seria Portugal a anexar a Espanha:P

Quanto ao Puârto, carago, estamos cumbersados! Ainda onte por cá falamos na "Mamuda" e outros comedouros de excelença (paradoxo intencional). Aliás, em que outra cidade do Mundo é que a um restaurante de luxo se chama "Cooperativa dos Pedreiros"? Hein? Onde? :)

Peguemos, pois, no garrafãozinho de carrascão e saiamos em marcha portuense cantando:

"Ai sinhor de Matosinhos, ai ó sinhora da voua hóra...". Que aqui, nas ruas, só se vêem catraias nuas, larilolela!

Vou almoçar, que se faz tarde, e responderei à Arabica logo que possa.

Para ti, um beijinho.

uf! disse...

Lizzie,a vox populi diz que rir faz bem ao fígado e quando alguém é a modos que a dar para o quezilento diz a dita vox que tem maus fígados. Daí as suas palavras me servirem de unguento figadal, de tanto que me fazem rir
;-)

uf! disse...

Alien, a minha «homeoprática» já me dissera para não abusar da soja e derivados, por mor da vesícula... O meu médico generalista, porém, olhou-me de lado e perguntou-me várias vezes se eu não andava a abusar do álcool
:-))))

Lizzie disse...

Ai Alien

que ia tendo um ataque cardíaco: depois do choco frito entrei num sítio e que vejo eu?
Uma revista,Citizen K, edição espanhola, que em toda a Espanha custa 1 (um euro) cá custa 7. Um livro pocket lá 5 aqui, igualito,17.50.E eles ganham 2,5 a 3 vezes mais que nós.
Quem é que merece ser polvilhado? O que é roubar coco comparado com isto?
Aquilo de Salamanca foi fazido por sociólogos e que tais. Isto que aqui botei é só uma parte.
Querer, querer as pessoas não querem só que gostavam por causa do tal nível de vida e etc.
(por acaso comprei medicamentos este fim de semana muitíssimo mais baratos lá do que cá com a comparticipação e eles pagam muito menos de impostos e etc.)

E pois, andam sempre à briga uns com os outros mas dentro de portas. Agora se Portugal invadisse a Andaluzia, aí viriam os bascos e os outros todos em defesa da flamencada.
Festejaram o campeonato europeu de futebol e quando La Pene ganhou o Óscar, coño,lo somos todos españoles, no?

Já tenho feito a experiência: começar a dizer mal de Espanha e mais ainda, dizer mal de Madrid em Barcelona e vice-versa.
Ay, Verdito mío, qué me dan una andanada qué me quedo yo sulfurada y tanto.

Passa-se o mesmo nos EUA.Os do sul chamam light feet aos do norte e os do norte dirty feet aos do sul mas...our big nation:))

Com o tempo não sei se não haverá um país chamado Estados Unidos da Ibéria, ao jeito do Saramago. A chatice é que Lisboa seria a cidade mais pequena e mortinha:

"foi por vontade de Deus/que eu vivo nesta ansiedade/que todos os AIS são meus... (esta foi para a pasteleira polvilhadora:)))

Agora mesmo iam uns calamares encharcados em limão e umas gambas "planchadas" e umas tiras de jámon acompanhadas de um manchego picante. Com umas boas cañas geladas numa esplanada em la plaza.

Ai Tatão, Tatãozinha.:)
Srª Dona Rosa, ora viva quem é uma flor, faça-me a fineza de me acompanhar ao Grandela:))

Alien8 disse...

Arabica,

Não tenho realmente muito a dizer. Concordo contigo em tudo o que disseste, mas dispensava tanto excesso de "vida" em Lisboa. É uma chatice para andar de carro, e os transportes públicos não prestam :)

Ainda bem que não cheguei a apanhar o coco... :)

Depois do vinho do V Calado, junta-te ao carrascão da Lizzie, e depois logo se vê... ou já nem vê :)

Um beijo.

uf! disse...

amigas e amigos do Porto,
expliquei-me mal, porque ainda não me percebera bem...
Na verdade, tenho alguma relutância em verbalizar este meu sentimento relativamente ao norte. Como não o verbalizo, não dou espaço para o contraditório e não saio da cêpa torta.
Foi ao ler os vossos comentários que se começou a fazer luz.
Ó se eu gosto de cantar e de ouvir cantar a sinhorada da boua huóra!
Eu gosto da frontalidade e frescura do puovo do puorto; gosto da cidade; das ruelas, do rio. Tenho por lá grandes afectos -por pessoas que, por acaso, não são portuenses :-(
O que eu não gosto é de um certo conservadorismo abrutalhado do poder nortenho. Não gosto do cheiro do Rio (não confundir com o rio)nem do Loureiro (não confundir com o loureiro).
Quando escrevi o comentário, estava ainda em estado de choque pós-eleitoral...
(e não acho que a Elisa Ferreira se tenha portado muito melhor; aliás, até acho que ela não tinha nada que se meter nestas andanças e se eu tivesse votado PS nas europeias ter-lhe-ia ido pedir contas e ela que não me viesse com histórias da carochinha e da missão cívica porque ser vereadora também é uma missão cívica e ela não a quis e ainda estou para perceber qual é a do PS porque se estava mesmo a ver que ia dar este resultado até porque no Porto eles não andaram a namorar as outras esquerdas como em Lisboa e além disso tinham de certeza uotro candidato ou candidata igual à Elisa e que não estivesse já a cunprir uma missão cívica - ou não teriam? -mas isso agora não interessa nada!)

Alien8 disse...

Uf!,

Vox populi, vox Dei.

Similia similibus curantur.

Depois deste latinório, que só me fica bem :P, uma coisita mais: Eu bem lhe dizia que o tofu... enfim... sabe, sou praticamente alérgico à soja, em mais do que um sentido. Não foi, no entanto, por consumir a dita que a vesícula teve que ser-me retirada. Longa história...

Alien8 disse...

Lizzie,

Esta conversa está animadíssima! Realmente, não há como um bife à marrare, antecedido, acompanhado e seguido por preciosas sugestões, para animar os espíritos e os corpos...

É bem verdade o que dizes dos Espanhóis: se assim não fosse, não seriam Espanhóis! :) Nunca me esqueço daquele resultado de um jogo de futebol: Portugal 0 gols - España 0 golazos!!! :)

Ai, Lizzie, se não tivesse acabado de almoçar há bocadinho (meatloaf!), já estaria aqui a salivar. Mas vou jantar camarão, depois do Portugal-Malta. Oh yeah!

Já aquele sentimento dos EUA, big nation e tal, enfim, não leves a mal, mas parece-me um tanto postiço, mais enfiado na cabeça das pessoas do que sincero e sentido. Talvez esteja enganado, mas foi a impressão com que fiquei das vezes em por lá andei e do que vou lendo e evendo por aí. Por outro lado, não há nos EUA uma divisão étnica (por regiões) tão acentuada como em Espanha. Será mais uma questão cultural, que me dizes, tu que percebes de EUA e afins?

Agora não, pelo que já disse, mas prometo acompanhar-te ao Grandela se me puseres à frente aqueles petisquitos cujos nomes nem vou repetir... :)

Alien8 disse...

Uf!,

Ainda a tempo: pode voltar ao Porto, está perdoada ;)

Em relação aos rios e afluentes, cá e lá más fadas há - estamos numa de ditos populares :)

uf! disse...

não confundir Rio com rio :-)))
mas tem razão, sim...mau e bom andam por todo o lado... embora a distribuição não seja igual
:-)))))

Lizzie disse...

Aliencito mío:

acompanho-te nos petiscos e junto-lhe unas patatitas rellenas e uns altramuces também não vão mal com as cañas. Abaixo os amendoins. No futebol,vais-me desculpar, é que não. Credo ainda te imagino aos pulos enquanto eu faço renda e suspiro pela telenovela no outro canal:))

Quanto a EUA, pois além das diferenças culturais, penso que também há diferenças "étnicas" porque as diferentes regiões foram ocupadas por gente de origem muito diversa.Regiões, dizes bem. Cada uma com grupos de estados.
Os hábitos e até o tipo físico vão variando. Para além dos opostos do clima.Sabemos como o clima também influencia os comportamentos.
Claro que depois da Guerra Civil as diferenças se esbateram mas ainda continuam e noto mais indo do Maine, ou Massachusets ao sul do que ir de Sevilha a Bilbau:)

São mundos completamente opostos.

Mas,a maneira como os países novos olham para si e se sentem é diferente da velha Europa. A nossa ideia de nação vem desde o estabelecimento, com guerras ou não, do território físico e linguístico como forma de identidade.
Eles não têm esse peso:têm o orgulho de terem feito um país (em alguns casos da forma mais cruel possível) mas, no subconsciente, todos chegaram sem nada e todos o construíram.
Repara que as fronteiras entre Estados, em muitos casos, são naturalmente os rios, como o Mississipi, p.ex. Não andaram à bofetada para conseguir mais esta ou aquela terra.

Quando em digressões e festivais conhecia pessoas de lá apresentavam-se todos como americanos e só depois, se é perguntado, então vem o de NY, Alabama, Texas,...nisto são iguais aos espanhóis.

Cá por estas bandas ninguém chega e diz "sou europeu". Diz logo português, francês, alemão...

E, outra caracteristica que todos os Espanhóis e americanos têm é o sentido auto-critico. Não escapa nada.
Mas lá está "dos teus dirás mas dos teus não ouvirás", porque tanto uns como outros têm um imenso orgulho.
Curiosamente eles, falando de qualquer coisa, dizem we e nosotros e os Manel ou a Maria dizem "os portugueses" gostam de bacalhau com batatas, ou seja, como se não o fossem.

E,já agora outra:americanos e espanhóis em geral, quando estão muito bem na vida, são figuras públicas etc., têm orgulho na evolução da família desde o tetra avô cavador de batatas. La Pene não levou a sua mãe, modesta cabeleireira de bairro de suburbio aos Óscares?

Enfinces:)

Grande conversa no intervalo de dar ao dente:))

Lizzie disse...

E Alien, deixa-me só dizer à Arábica, e que ela me perdoe, mas todas as cidades têm suburbios, todas as "baixas" são caras, mas vivem para o futuro, dinamizam-se.

Desculpa mas, comparando, Lisboa parece-me um bocadinho deprimente, não dá estimulo criativo, não incentiva.Vive de e na nostalgia às vezes abstracta. É uma cidade triste e não merece. E bem cuidada a maquilhagem natural da luz e do rio que tem, davam-lhe mais vida, mais impulso, mais abertura cosmopolita e criatividade.

Alien8 disse...

Uf!,

Ora, depois de uns copitos de branco todas as confusões são desculpáveis :))

Alien8 disse...

Lizzie,

Grato pelos preciosos esclarecimentos! Mas sobretudo pelos acrescentos (gastronómicos:)

No Sul nunca estive, por isso... Maine, Massachusetts, California, Oregon, Washington (estado) e Nova Iorque (só parte da cidade), isso conheço, uns sítios melhor do que outros.

Olha lá, eles não andaram por lá aos tiros? :) E alguns estados (Alaska, Louisiana...) foram... hmm... comprados :)))

Por acaso, eu costumo dizer "Nós somos os maiores a cozinhar bacalhau." "Nós temos a melhor doçaria do mundo". :)

Acho que também temos sentido autocrítico, olha só o Eça! E, de resto, estamos sempre a bater em nós próprios, a dizer que "lá fora" é que é bom, mesmo que não saibamos realmente como é esse "lá fora"...

"No reniego de mi origen..." - quem foi que escreveu isto? Quem? :)

Isto sim, é uma conversa a sério e bem temperada! :)

Tu matas-me com mimos!

Arábica disse...

Alien :))

estou à mesa à espera do camarão, coño :)))


oh yeah :))

Arábica disse...

Zizzie, a pasteleira polvilhadora :)) sabe que Lisboa tem muito muito mais potencial do que o já (mal e bem) utilizado...
Temos uma luz fantástica, um rio com tonalidades maravilhosas, como tu bem dizes. Talvez se devam educar, incentivar as pessoas a gozá-la mais, a caminharem mais a pé, a tirarem partido...
Somos um povo muito metido no sofá e no banquinho da cozinha, é certo.
E Alien, imagina em 90 o cenário: milhares e milhares das 9 às 5 de segunda a sexta e ao fim de semana, completamente deserta.
Agora que tanto se fala em bipolarização, talvez o termo bi-polar se adeque também às cidades :))

E quando lá atrás (ou acima) escrevi indexar, queria escrever anexar. As minhas desculpas, estava realmente a pensar em arquivos, mas isso é outra história, que não a de Portugal e a do tal Afonso Henriques que haveria de rebentar a pedra sepucral se nós deixassemos de ser nós e passássemos a ser uma outra coisa qualquer estrangeira a nossos próprios olhos!!! :)
Podemos é além de ser o que somos, sermos ainda muito mais.

Depois de alguns dias de férias em Madrid, Barcelona, Paris e Londres, não considero os transportes publicos de Lisboa tão maus assim. Pelo menos quando me sento não tenho que me preocupar em ver se o utilizador anterior não teria deixado os restos do almoço sobre a cadeira, algo que em Londres vi algumas vezes, nos autocarros:
batatas fritas, hamburguers, papéis engordurados,caroços de fruta, cascas de banana, pacotes de sumo ou copos plásticos de cerveja.

As minhas gambas estavam uma delicia e as vossas? :))

Beijos, boa noite.

Lizzie disse...

Ai Alien, que com tanto manjar ainda vou ao Ulcermin do meu cão:))a não ser que a Uf saiba de algum remédio para além de soja:))

Mas enquanto sonho com aquelas panquecas judaicas quentinhas, que se fazem em cinco minutos, barradas com manteiga (de tudo menos de amendoim)ou acompanhadas daquele queijo grego com ervas, sempre te digo que o Eça é a minha perdição, em termos de critica social, como o Raúl Brandão o é na análise interior da psique portuguesa. Estou-me a lembrar da Farsa, p.ex. Sempre escandalosamente actuais.
A diferença para os outros, parece-me, é que entram na auto-comiseração, no lamento e claro, na falta de auto-estima.
O fado só podia ser português, como a violência do flamenco só podia ser espanhola como os blues só podiam ser daquele sul, como o Harry Potter só pode ser escrito por uma inglesa.

Quando disse que os americanos não tinham tido guerras estava-me a referir às questões de luta por fronteiras entre estados (género Portugal/Espanha). Agora pancada, ai isso houve muita, até por ideais, mesmo dentro de cada estado.Para além da colonização e das febres do ouro e do petróleo, claro! E no Delta, por ex.,houve guerras fraticidas entre os naturais por causa "da compra de terras".

Voltando ao Villaret, as coisas portuguesas que encontrei lá...como manuscritos, Damião de Góis (que comprei em versão fac simile, modalidade pocket book) por tuta e meia) entre muitos outros, conservados em vácuo como relíquias em contraste com cancioneiros medievais, e daí para a frente, ao monte e à mercê da traça na biblioteca Públia Hortencia em Elvas.

Que bem me está a saber este chá com estes biscoitos pouco açucarados de amêndoa.

Se não te importares já venho falar com a Arábica.

Até já.

Lizzie disse...

Então se me dás licença

Oh Arábica, cá para mim o Afonso está sentado na tumba em posição de Pensador de Rodin, mas menos musculoso por causa da idade, a pensar porque é que o seu reino tão antigo tem as pensões mais baixas, mais trabalho infantil e abandono escolar, menos qualidade de vida quando os subditos pagam tanto e porque é que numa das minhas profissões se querem instalar sistemas que nos outros reinos já se provou, mais que provado, não funcionarem, para abandonar um que era elogiado por todalas partes.

Vá lá alguma alma explicar ao coitado que eu não sei.

Como também não sei como é que os outros países têm uma rede de transportes, nomeadamente comboio, que abrange todo o território e aqui se fecham linhas. Há muita gente que trabalha a 100 km de Madrid (Londres, Paris...) e demora menos tempo a percorrer a distãncia que eu.

Para não falar nas redes de metro: não sei se já reparaste que qualquer coisa que se faça é logo propagandeada como se fosse quase um favor que estão a fazer à população.
Em higiene e civismo, bom, vamos então nivelar-nos pelos países nórdicos e não pelos defeitos dos outros. Se formos por aí, ainda bem que o Tejo não é como o Ganges (quero cinco Ulcermins):))

Quanto a cidades, talvez Lisboa devesse ter tido uma movida. Não estou a falar exclusivamente em sair à rua (sai-se para ver o quê? com que dinheiro?) estou a falar de cosmopolitismo e abertura digna de 2009.
Vou-te dar um exemplo:

ontem fui ao Chiado e iam dois homens estrangeiros muito machos mas de mão dada. Coisa que ninguém repara em Madrid, Londres, Estocolmo, Boston, NY...
pois que muito torcicolo devem ter apanhado os transeuntes, além dos comentários de "panel...." e etc. E em voz alta e sobronho carregado para marcar bem a diferença. Indignação bem exposta. Ou então risos.

Pois que na Chueca, na mui católica Madrid, há um grupo de teatro composto por travestis assumidamente gays (masculinos e femininos) e transsexuais que fazem encenações inteligentes e satíricas de textos espanhóis dos séc.XVI, XVII e XVIII.
E pois que está sempre tudo esgotado de famílias tradicionais com os seus filhos.
Assim como nos variados espectáculos constantes de rua, alguns com excepcional qualidade.

Há tempos fui a uma entrega de um prémio a uma actriz muito conhecida, coisa muito formal a meter ministério e casa real, e a premiada dedicou o dito a sua "pareja" e "compañera de hace 20 años" e sem qualquer espanto e escandalo na assistência.

Em termos de artes, pois cá se anda nas capelinhas, nos grupinhos que tecem os seus ninhos com mil cuidados.

A abanar a cabeça na horizontal a tudo o que for inovador ou diferente.

E depois os portugueses chegam lá fora e triunfam. E em artes e ciências ninguém quer voltar. Vem-se cá de visita.

Agora umas ervilhas com ovos e um vinhito para acordar e umas pataniscas de bacalhau (que nunca comi tão boas como em Lisboa)

Nham, nham:)))

Lizzie disse...

Obrigada pelo tempo de antena, Alien:))

Arábica disse...

Oh Zizzie mas tudo isso eu sei, e mais as redes viárias e mais os espectáculos e mais as mãos dadas que nunca me fizeram torcicolos (ao contrário das portas de ferro)!
Mas também tenho a dizer a nosso favor, que há uns meses fui ver um espactáculo de música étnica e tendo à minha frente duas mulheres que ao longo do mesmo se foram beijando na boca, não vi ninguém virar o pescoço ou a atenção para esse facto. As mudanças vão acontecendo geracionalmente. Não se pode querer que o branco passe a preto sem antes passar pelo cinzento. Também me lembro das bocas foleiras que há 30 anos circulavam em relação à praia do Meco onde se praticava nudismo. As mulheres que a frequentavam eram todas umas galdérias. Ou pior. Os homens...faziam buraquinhos nos jornais para irem mirando o fruto proibido até aí...a mulher alheia exposta aos olhares e juizos alheios. Hoje, felizmente, esse género de conversa de secretária já não é diário e constante, embora eu saiba que ainda subsiste nas mentes mais tacanhas ou de perfil psicológico mais duvidoso, que nunca conseguirão ver um corpo nu com naturalidade e sem a tentação da carne pecaminosa. Para quem aqui viveu sempre, são talvez mais claros os pequenos sinais de mudança. Há 30 anos uma mulher que fumava era "mal vista". Tal como foram "mal vistas" as que começaram a usar calças décadas antes, ou que saíram do lar doce lar para trabalhar, a evolução é lenta, por muita urgência que se tenha! Nas artes, Gulbenkian, CCB, Oriente, e outros espaços que existem, de nome menos sonante mas de papel não menos importante, têm aberto muitas portas. Serão poucas em comparação com outros paises da europa é certo, para não falar dos EUA, mas tem acontecido.

Não elogio obras governamentais como grandes feitos, sei sempre que pecam por atraso, mas sei, porque cá vivo e sempre vivi e pq me posso congratular de conhecer e ter conhecido o nosso país de norte a sul noutros tempos, do atraso latente neste país e tudo o que vier e for feito só tem de se multiplicar!

Vejo a saída dos portugueses que triunfam (e o maior triunfo é o aperfeiçoamento da sua arte ou ciência) com naturalidade, Lizzie.
Por isso nos EUA há tantos emigrantes de tantas nacionalidades.
Não só portugueses.
Tantos procuram lá o caminho, a evolução! Também no norte da Europa. Nunca vi ninguém evoluir sem sair da cadeira e a cadeira é apenas uma metafora.
É este o meu país e o país que tenho. Contribuo com o que tenho para a mudança e sinto vontade de o ver mudado; brinco com ironia e às vezes posso ser sarcastica, mas sei que o que fazemos na nossa vida fora destas linhas é que é mesmo importante, para a mesma acontecer.

Às vezes não basta ver o que está mal é preciso fazer diferente.

Acho que tu, com ervilhas, tortilhas, panquecas e tudo mais que a gula te permitir tens sido isso mesmo: a que faz diferente.

Na minha esfera, diferente, tb o tenho sido: orgulho-me de não ser o modelo do molde pré fabricado.

E tenho resistido ao Villaret.
O Villaret para os da minha familia era o "menino". Quando nos anos 60 ele aparecia na televisão, havia sempre uma voz que chamava os outros, olha o "menino".
O "Menino" era um coração muito grande. Nunca colega seu passou fome, que ele soubesse passar. Em épocas de menos trabalho ou maior desvario, eram muitos os que enchiam as salas do "menino" que era a alegria da casa. O "menino" era um encanto, uma pessoa muito especial que ficou no coração de todos os que o conheceram. Nobre, leal, um apaixonado.
Tenho um anel que foi de sua mãe.
E quando falo no "menino" ainda me emociono com todo o prazer que ele me ofereceu, pequenina e gorducha, de óculos e botas ortopédicas com os olhos no ecran da televisão e o silêncio de reverância na sala.

Abraços.

Arábica disse...

E ainda :))... também tenho resistido ao Porto.
Não conheço o Porto actual. A última vez que lá estive, em 2006, foi uma passagem de má memória, onde o traçado inicial e final de visita não foi cumprido. Almocei na Foz, no lado de lá, fotografei muito com quem se quer alhear ao que se passa ao lado e quando a noite desceu, parti sem sequer ter passeado a pé pela avenida dos Aliados. Conheci, forçadamente, em contrapartida, algumas tabernas que em nada abonaram para o meu conhecimento.
Voltei lá 6 dias depois, para acompanhar uma ambulância, que trazia de regresso a Lisboa, um entretanto enfermo. Separando as águas de má memória da cidade em si, coisa que me obrigo diariamente a fazer com a mais variada natureza de coisas, continua a ser uma cidade, que embora quase desconhecida, um dia gostaria de conhecer melhor.


Muitas vezes os sitios, as cidades, as ruas, são marcadas pelas nossas próprias vivências e memórias nesses mesmos sitios, provocando como consequencia uma observação errada sobre os mesmos.

Assim, continuo sem opinião do Porto, na expectativa de um dia o vir a conhecer melhor.

É bom ainda ter sitios para conhecer melhor :)) e vontade de o fazer :)).

Saiam as ervilhas para a mesa do canto :))

Lizzie disse...

Pedindo desculpa ao Alien,

Arábica, aqui onde estou ouço as conversas e, às vezes vem o "maricas" antes ou depois das qualidades profissionais e pessoais das pessoas.

No sítio da minha morada, que apesar de próximo de Lisboa, é rural, então aí é de fugir: as pessoas vigiam-se umas às outras e veêm "cornudos" em todo o lado. Para além de terem mandado um "maricas" para o bloco operatório.

O problema de Portugal é ter um período cinzento demasiado longo. E repara que estou a dizer isto aqui, na casa de um português, porque lá fora, defendo e irrita-me ouvir dizer mal.

Quanto a ir para fora, uma coisa é ir tomar contacto com outros mundos e aprender em centros mais especializados e depois voltar e outra é ir e nunca mais ter vontade de regresso.

Não gosto de falar do meu caso pessoal, mas fui e nunca mais voltei (no campo artístico). Eu e muitos outros que conheci e conheço.
Fui convidada e fui bem recebida e tratada em Espanha.

Em alguns campos continuo a não "exercer" em Portugal. Porque é mais complicado. Porque, francamente, não tenho paciência para tanto enredo nem labirinto. Para tanto jogo.Quer a nível pessoal quer profissional detesto jogos.
Entra, pois, a comparação.

Uma amiga portuguesa, a viver na Alemanha, apresentou um projecto de trabalho em dança aqui: dois anos sem resposta. Nem sim nem não. Desistiu, foi para outra freguesia e já está tudo em andamento e com sucesso.

O Convento da Saudação, dedicado à pesquisa nas artes performativas, nomeadamente em dança, tem imenso prestígio lá fora. Fechado o Ballet Gulbenkian,de certa forma, botou outra Portugal em alta consideração. Felizmente.
Pois a população local refila: que é tudo gente maluca e drogada:)). Lá vem o insulto.

Quanto a Gulbenkian e afins, para nós que sentimos os públicos do lado de cá do palco mesmo quando sentados na plateia (desenvolvem-se sensores especiais:))está melhor mas...continua um certo snobismo cultural. As famosas tosses do S.Carlos.:))

Muita gente vai porque "é culta e intectual", para ver e ser vista.Porque é social ou políticamente correcto. Depois tem atitudes que desmentem. Já vi coisas no Teatro Camões de bradar aos céus.

Noutros sítios vai-se porque se gosta, porque se quer aprender a gostar.

Esta opinião de "sensor" não é só minha.Para falar em países pequenos, públicos espectaculares para dança, por exemplo, são os da Hungria,da Croácia, da Holanda. Questões de educação cultural de base? Talvez. Mas tiveram-na, como a jovem democracia em Espanha também a tem desenvolvido.

Enfim, há tanto tempo que não como uns bolinhos de peixe com ervas. Assim ao lanche...:))

Lizzie disse...

comentário nº 100: quero um prémio!!:))

Lizzie disse...

Pois que acho que, em muita coisa,em Artes, o Porto é muito mais avançado que Lisboa.

Além disso não é de lá que vem a Super Bock?

Lola disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Alien8 disse...

Arabica, Lizzie,

Pouco tenho a dizer além do que já disse. Talvez o mais importante seja mesmo informar a Arábica de que não sobraram camarões... lamentamos :)

Respondo a ambas porque venho seguindo a conversa e vendo que cada uma, sem esquecer a Uf!, adiantam argumentos, queixas e exemplos que são todos indiscutivelmente verdadeiros e pertinentes, e também todos resultantes de vivências próprias e, por isso, diferentes, mesmo opostas, até porque, para lá das vivências, está o que cada um conclui delas. Tudo isto nos ajuda a compreender uma realidade que é muito complexa, que, por vezes, nos escapa mesmo por entre os dedos.

Consensual é o Villaret, naturalmente. E não há muitas/os que o sejam...

Mais consensuais ainda, se me permitem a blasfémia, são ervilhas com ovos e vinhito, pataniscas ou biscoitos açucarados com amêndoa, que parecem, com outros acepipes, constituir a massa que agrega diferentes pontos de vista, vivências e, pasme-se, nacionalidades! Que nunca nos faltem, portanto!

Uma coisa tenho por certa: a mentalidade das pessoas está a evoluir positivamente, no que respeita à percepção dos "outros", dos "diferentes". O mesmo não digo em relação às opções políticas, mas lá virá o seu tempo. Enquanto não vem, que venham mais umas azeitonas de talhe, e desta vez pode ser mesmo uma imperial, que o calor aperta.

Agradeço penhorado (é só metáfora...) o facto de transformarem esta refeição num exercício de reflexão sobre nós e os outros, e, sem pretender minimamente sumariar, termino com algo que, no meu íntimo, resume muito do que aqui se disse, talvez até tudo:

"Venham mais cinco!"

Um abraço para vós, para a Uf!, e para quem mais aqui passou e passará.

uf! disse...

As coisas estão a mudar, sim. pelo menos nos concertos de música étnica ;-)
Estão a mudar vertiginosamente, digo eu, a quem um familiar quase chamou desavergonhada (eufemismo) quando me viu, nos meus 16 anos, com uma saia dois dedos acima dos joelhos.
Estão a mudar, mas muito lentamente, digo eu, que ainda recentemente ouvi um jovem defender a aplicação da pena de morte aos homossexuais...

Alien, por mim falo, mas eu é que agradeço o acolhimento que aqui nos faz e que convida ao diálogo e ao petisco.
:-)))

Arábica disse...

Oh Alien abraço retribuido!
E agradecimento igualmente penhorado em metáforas e boa vontade de ver um país a mudar de dentro para fora e não apenas de cara pintada, para estrangeiro ver!
Consensual também a nossa (de todos os presentes, pelo que sei) de o ver mudado!
A única coisa que difere são os graus de urgência que vão de impaciência a paciência! :))

Exista aqui sempre um prato forte, que os acompanhamentos, como tu vês, nós tratamos de trazer :)))

E abaixo a pena de morte, seja a quem for e seja qual for a razão!

Abraços

Arábica disse...

Ah :) e quanto aos camarões :) seus marotos!!! :))

Vai de polvilhadela de farinha branca de neve? :)

uf! disse...

Abaixo a pena de morte, Arábica, grito consigo.
O que talvez muita gente não saiba é que com o tratado de Lisboa ela voltará, encapotada, em letras pequenas, ao país europeu que primeiro a eliminou!!!
Será por isso que o PS o quer aprovar sem referendo?!

uf! disse...

E agora vou comer uns peixinhos da horta, à séria!
são servid@s?

Alien8 disse...

Hmmm... comentaram enquanto eu repondia!

Com licença da Lizzie, que é pessoa generosa, o prémio pelo comentário nº 100 será atribuído também à Arabica e à Uf!, que animaram esta conversa de várias maneiras. Depois pensarei no que darei como prémio :) Mas, Lizzie, para ti vai já daqui uma Superbock. Bem fresquinha :)

Uf., uma nota (também) para si: o Tratado de Lisboa, contra o qual eu me manifesto, não reintroduz a pena de morte, mas a possibilidade de essa pena ser prevista por lei.

Faz muito bem em chamar a atenção para essa possibilidade. Assim estamos prevenidos e cabe-nos, como cidadãos do país que primeiro a aboliu, não permitir que o Código Penal e legislação penal avulsa recuem séculos e voltem a prever a sua aplicação.

Era o que faltava!

Peixinhos da horta? Vou nisso! Ou, para ser sincero, iria, não tivesse acabado de jantar um arroz de chocos... ficam para mais tarde :)

É um prazer ter-vos aqui - atenção, agora não estava a referir-me aos peixinhos da horta... :)

uf! disse...

Alien, a pena de morte vestida de tratado ou de interpretação-do-tratado-que-passa-a-ser-vinculativa-com-o-dito, vem a dar no mesmo. Aliás, não vem, porque assim encapotada é uma prova de cobardia e é traição - sobretudo da parte de quem não quer que o povo saiba do que se está a falar!
As voltas e reviravoltas que deram para que ela fosse indirectamente aprovada são um escândalo!
E que Lisboa dê o nome ao tratado que lhe dá cobertura... é um desgosto, para mim!

uf! disse...

(111 também é um número bonito e foi o do meu coment anterior)

Se eu soubesse do arroz de chocos, tinha-lhe proposto «fazermos uma vaquinha» - qual será a origem desta expressão?

Mas, depois, não poderia passar sem beber um cálice de medronho, a única garantia, para mim, de uma boa digestão.

uf! disse...

Lizzie, quanto ao seu problema referido há atrasado, para não ter de recorrer ao Ulcermin do seu cão, tenho algumas sugestões:
1. sementes de cardamomo
2. mistura das que servem nos restaurantes indianos, no final da refeição.
3. 1 cálice de medronho.
4. umas baforadas de ar fresco, num passeio a pé, de preferência à beira-mar.

Com a vantagem de poder usar de uma a todas as sugestões, pois não são incompatíveis
:-)

uf! disse...

fui ver...
a neve não caía, mas descobri que usei a expressão num contexto errado. No meu grupo, usamos a expressão para dizer que mandamos vir vários pratos e cada pessoa come um pouco de tudo. Afinal, pelo que li agora, deve ser usado para juntar dinheiro e surgiu associado ao «jogo do bicho» do brasil - há vários sítios onde explicam.

Alien8 disse...

Uf!,

Não passa a ser vinculativa. Se assim fosse, viria fatalmente. E não vem, nem virá. Não há duas interpretações possíveis do que está escrito no tratado:

«Um estado pode prever a pena de morte na sua legislação para actos cometidos em tempo de guerra ou em caso de uma guerra iminente; esta pena só pode ser aplicada em casos previstos por lei e em harmonia com estas disposições».

"Pode" não é vinculativo. É péssimo, mas vinculativo é que não é.

Assim, muito mais preocupantes são, para mim, as indefinidas excepções à regra que determina que "ninguém pode ser condenado à morte nem executado", para além das que acima citei. Refiro-me aos casos de emprego da força e seus limites em diversas situações. Claro que aqui não se trata de execução após condenação, mas de execução sem julgamento. Isso, sim, parece-me muito mais grave.

Quanto à forma reles (e encapotada, sim) como estas aberrações foram introduzidas, estou de acordo consigo, totalmente. Por essas e por outras é que, como acima disse, me oponho ao dito Tratado, como já me opunha
ao projecto de Constituição Europeia de que o Tratado é apenas uma grosseira emenda. Que havemos de fazer? "Porreiro, pá!"??? Ou lutarmos por aquilo em que acreditamos?

Por acaso, estou a precisar de um cálice de medronho. Não tem por aí nenhum à mão que me envie? O arroz de chocos revelou-se um bocado violento... mas não é por isso que aceitaria a sua proposta de "vaquinha" - termo cuja origem eu desconhecia, mas que, pesquisado o Google, passei a conhecer (Há várias refências idênticas, por isso deve estar cert). Deixco-lhe aqui um dos textos, com m,il perdões por a coisa ter a ver com... futebol, e Brasil, que nesta altura não vem lá muito a calhar!!! :)))

A expressão “fazer vaquinha” surgiu na década de 20 e tem sua relação de origem com o jogo do bicho e o futebol. Nas décadas de 20 e 30, já que a maioria dos jogadores de futebol não tinha salário, a torcida do time se reunia e arrecadava entre si, um prêmio para ser dado aos jogadores.

Esses prêmios eram relacionados popularmente com o jogo do bicho. Assim, quando iam arrecadar cinco mil réis, chamavam a bolada de “cachorro”, pois o número cinco representava o cachorro no jogo do bicho. Como o prêmio máximo do jogo do bicho era vinte e cinco mil réis, e isso representava a vaca, surgiu o termo popular “fazer uma vaquinha”, ou seja, tentar reunir o máximo de dinheiro possível para um fim específico.


111 é um belo número. À falta de medronho, sai um copinho de branco para si. E, como vêm aos pares, outro para a Arabica!.

uf! disse...

Tchin, tchin, Arábica!
;-)))
Tchin, tchin, Alien!

Obrigada pelo esclarecimento - eu já tinha ido a correr à procura mas valeu na mesma :-)

Alien8 disse...

Tchim-Tchim! ;)))

Lizzie disse...

Pois que também, embora estrangeira:), me junto ao coro de agradecimento à fabulosa hospitalidade do extraórdinário cavalheiro que é o Alien.

E, se me permites, também agradeço as indicações da Uf. Há lá melhor terapêutica que um passeio à beira-mar, antes ou depois de umas ameijoas à Bulhão Pato. Ou de um choco frito, mas sequinho.
Arroz é que enfim...só se fôr basmati ou Uncle Ben´s. Não é que já não tenha ido roubar trinca aos meus cães, que em canja é do melhor que há:))

E sou fâ de um digestivo chá de gengibre. Com toda esta comezaina, bom, cinco litros devem chegar.

Um grande abraço universal, of course, pués claro, naturlich!!!:)

Alien8 disse...

Gracias, ó estrangeira! :)

E um belo arroz malandrinho, não vai? :)

Pode ser de marisco, de chocos, de espigos, de feijão, de tomate, de lapas, de bróculos, de manteiga...

De pato e à valenciana é que convém ser sequinho. Mas Uncle Sam's hmmm Ben's, isso já não tem tanta piada.

Trinca? Beeemmmm.... experimenta arroz selvagem!

Tchin-tchin!

P.S.: É fácil ser hospitaleiro quando osd outros é que trazem as iguarias todas... eu cá só contribuí com o bife à Marrare... :)

Lizzie disse...

Coño: o Uncle Ben´s é o chá em saquetas do arroz!

Quando me expulsam da cozinha eu digo:

já cozi o puñetero do arroz, agora façam o resto que eu já estou cansada e a transpirar. Também não posso fazer tudo! Depois abancam e eu tenho que lavar a loiça, não? O que vale é com esta minha técnica apurada de cozinhar o gillipolas do arroz, ele não agarra ao tacho...agora vou ver as notícias e estender as pernas! Quando estiver pronto digam-me!

Olha que esta...:))

Alien8 disse...

Lizzie,

Ok, ok, mas um arrozito simples leva só uns minutos a fazer. Porque diabo te expulsam da cozinha DEPOIS de teres cozido o arroz? :)

Alien8 disse...

Uf!,

Escapou-me uma coisita: "fazer vaquinha" também se usa na acepção em que usou a expressão: fazer uma vaquinha para o arroz de chocos usar-se-ia para dividir o arroz e pagá-lo meias. Para vários pratos, todos petiscam de tudo e cada um paga uma parte (não exactamente "a sua parte"). Pelo menos, nos meus variados círculos, ao longo do tempo, sempre se usou a "vaquinha", em sentido alargado, que o outro é mesmo "juntamos $$$ para comprar qualquer coisa a meias ou a três ou..., já que a um não chega...".

Arábica disse...

Mas eu estou cá ou fui parar ao jardim zoológico???? :)

É que aérea como tenho andado à primeira vista só vislumbro animais: é o bicho, é a vaquinha, é o cachorro, é o choco e eu sempre armada em lapa :))

Tchim atrasado!!!!

Tchim tchim ao não tratado!!

E viva o medronho, do qual nas férias, confesso que bebi em versão shot deita abaixo :))
Ah! como depois de um shot de medronho os olhos ficam tão azuis e tão brilhantes!
Ah! como depois de um shot de medronho a língua se desata e a comunicação sai fluída! :))
Ah como depois de um shot de medronho a austrália é o lado de lá da estrada!!!
Ah como depois de um shot de medronho o cabo de s.vicente é tão fácil de ser dobrado!!! :))

Deveríamos mandar os senhores do rodapé do rodapé do tratado beberem uns shots de medronho enquanto se entretiam a fazer arroz branco, não acham?

:)) Tchim aos estrangeiros que bebem beberam ou beberão medronho!!! :))

:)) juro pela minha saúde que este comentário não foi escrito sob a influência de nenhum shot de medronho, embora pareça! :)

Hoje a peixinha está contentinha :))

Beijos, abraços, bom inicio de fim de semana!

Alien8 disse...

Então de que foi o shot? :)))

Isto aqui não é o Zoo, mas anda a parecer-se com o Fungagá da Bicharada :)

Folgo em saber-te contete e feliz!

E espero que o teu início de fim de semana seja óptimo, e o resto dele também, com muito medronho e um abraço. Tchin-tchin!

uf! disse...

a conversa está tão animada que resolvi trazer a minha sobremesa LIP (Lidl, Intermarché e Pingo Doce).
Não tem nada que enganar:
Faz-se uma «cercadura» com chantilly light do Lidl; em lume brando, descongela-se uma porção de frutos vermelhos Adèlie, do Intermarché, com um pouco de açúcar amarelo e um pouco de água (também à venda em qualquer um destes supermercados); coloca-se um petit gâteau pingo doce (secção de congelados) no mw por 30''. Retira-se o bolo, coloca-se no meio da «cercadura» de chantilly e cobre-se tudo com os frutos vermelhos

uf! disse...

Entretanto, já pus ao lume uma tachada da minha receita especial de frango na púcara... (a púcara não dava para todos, fui ao tacho! Nada como ter um bom tacho!)
Já cá venho deixar a receita. Vou ali preparar uns rolinhos de sushi com camarão e outros vegetarianos, para o caso de a Ema Larbos aparecer por cá. Amanhã é sábado e a noite hoje pode ser longa!

uf! disse...

Isto vai :-)

uf! disse...

Pronto!
podem-se ir servindo.
Vou ali flambear o frango e já venho.

uf! disse...

Ponham, p.f. a base para o tacho, que está quente!
E aqui vos deixo a receita (pensando bem, não sei se não a terei já dado em tempos... não estranhem se agora não estiber bem, bem igual...)

As quantidades são para 1 frango; depois, acrescenta-se, a olho, para mais convivas.
Ingredientes:
1 fio de azeite (uma espiral aberta no fundo do tacho)
1 frango partido aos bocados(eu tiro-lhe a pele)
150g de bacon aos cubinhos (ou rectangulozinhos)
8 a 12 cebolas pequeninas ou 1/4 da dose de cebolas grandes, cortadas em quartos
4 dentes de alho esmagados
1l de vinho tinto
5 paus de canela
1 embalagem de tâmaras, sem caroço e picadas grosseiramente
1 embalagem de passas pretas
100g de cogumelos às lâminas
100g de caju ou amendoim
2 colheres de chá de sementes de coentros em pó
1 colher de sopa de erva-doce em pó
2 colheres de chá de canela em pó
1 colher de café de tomilho em pó
1 colher de chá de cominhos em pó
4 grãos de pimenta preta moída
2,5dl de vinho do porto
2 colheres de sopa de mel de alfarrobeira
1 cálice de medronho ou de aguardente de figo
1/2 ramo de salsa fresca picada
qb. de sal
1 cravinho
2 folhas de louro
1 malagueta, se toda a gente gostar. (Eu prefiro ter tabasco e quem quer acrescenta)
1dl de natas (facultativo)

Espero não me ter esquecido de nada.

Desenha-se a espiral de azeite, no fundo do tacho, e colocam-se por cima os bocados de frango, as cebolas (deixar uma para o fim), os alhos, as lâminas de cogumelos, os cubinhos de bacon, os amendoins ou cajus, as passas, as tâmaras, as folhas de louro, em metades (eu costumo tirar o veio e as pontas), e a malagueta. Rega-se com o vinho tinto (deve ficar praticamente coberto de líquido).
Numa malga, misturam-se o vinho de porto, meio cálice de aguardente (medronho ou figo), uma pitada pouca de sal (depende de quanto sal têm já o caju e o bacon) e as especiariais em pó. Verte-se sobre o restante preparado. Deixa-se correr o mel em fio (uma espiral por cima do preparado). Espeta-se um pau de canela nos 4 pontos cardeais e um no centro. Polvilha-se com a salsa picada, espeta-se um cravinho na cebolinha ou quarto de cebola e coloca-se por cima, de forma a encontrar facilmente no fim, para retirar o cravinho (eu não gosto de o encontrar no meio da comida). Tapa-se e deixa-se cozer em lume brando (para aí uma hora ou mais). Quando a carne já estiver cozida, destapa-se e deixa-se cozer mais um pouco, para apurar. Retira-se o cravinho, rega-se com o resto da aguardente e flambeia-se, dando 2 ou 3 voltas suaves com a colher de pau. Para quem goste e não esteja a dieta, pode acrescentar-se umas colheres de natas batidas e envolver delicadamente, para engrossar um pouco o molho.
Serve-se acompanhado de arroz branco, feito pela Lizzie.

Alien8 disse...

Pois.

Obrigado, Uf!, muito obrigado!

Vou-me embora e deixo isto em autogestão, que já deve dar :))))

Já estou a tratar do próximo post. Adivinhem o conteúdo...

Até já.

Arábica disse...

Só agora li, Alien! Obrigada!
Foi sem medronho, claro! :))
E os shots das férias foram de medronho embora pudessemos pensar que pareciam de cogumelos! :)

TchimTchim!!

Alien8 disse...

Arabica,

Sem medronho, ok... eu acredito :)

Tchin-tchin!

Maria disse...

Só agora te vim conhecer.
Desde já te digo que o melhor bife à Marrare que já comi foi ali no Café de S. Bento, ao lado da AR....

Estou a salivar sem perceber bem porquê.

:)))))

Um abraço e até já.